Celebração, a mais popular e tradicional do pais asiático, começou neste sábado (10) e é a primeira sem restrições por Covid desde o início da pandemia. Festividade dura 40 dias e costuma gerar um dos maiores deslocamentos internos do mundo. Este será o ano do Dragão. Pessoas participam de ritual de acender incensos no início das celebrações do Ano Novo Lunar em Hong Kong, em 10 de fevereiro de 2024.
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Lam Yik/ Reuters
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Pela primeira vez sem nenhuma restrição de movimentação desde o início da pandemia, milhões de chineses começam hoje a celebrar o Ano Novo chinês, um período de feriados que duram 40 dias e formam o maior deslocamento populacional interno do mundo.
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Neste ano, o governo da China disse esperar um recorde de cerca de 9 bilhões de viagens no período de duração do Ano Novo chinês – também conhecido como Festival da Primavera. O número é quase o dobro do ano passado, quando foram registradas 4,7 bilhões de viagens.
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Em 2023, as restrições já foram quase nulas, mas o país ainda vivia sob o temor de punições que foram aplicadas por autoridades durante a pandemia. O governo chinês adotou um dos métodos mais rígidos e prolongados de restrição à movimentação de pessoas no período.
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Autoridades de cidades como Xangai chegaram a isolar condomínios e bairros inteiros, proibindo que milhões de moradores saíssem de casa, e houve denúncias de que agentes invadiam residências para monitorar a população.
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A política, que ficou conhecida como Covid Zero, chegou a ser criticada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que apontou que o método era ineficaz.
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Recorde nos meios de transporte
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Passageiros aguardam trem na estação de Pequim, na China, no início do feriado do Ano Novo Chinês, em 9 de fevereiro de 2024.
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Florence Lo/ Reuters
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Como a festividade emenda vários feriados, milhões de pessoas costumar viajar para suas cidades ou vilarejos natais para ver a família e participar das celebrações locais. De acordo com a rede de TV estatal chinesa CCTV, cerca de 80% das 9 bilhões de viagens serão rodoviárias, também um recorde, e o restante ocorrerá por trem, avião e barcos.
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Mesmo assim, aeroportos e estações de trem do país já estavam lotados na sexta-feira (9), quando as passagens de trem ficaram esgotadas nas principais cidades, embora a China tenha a maior rede de alta velocidade do mundo.
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"Está difícil comprar uma passagem este ano. Quase todos os meus amigos não conseguiram e entraram em lista de espera", disse à agência Reuters a cartunista Miranda Guo, de 25 anos, que vive em Hangzhou e só conseguiu um assento em um trem-bala para Jinan, sua cidade natal, após pagar uma passagem 13% mais cara que o preço original.
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Já aeroportos de grandes cidades, como Pequim Xangai, Pudong e Hongqiao, montaram operações para receber multidões e esperam um aumento de passageiros de cerca de 60% na comparação com o ano passado.
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E a agência de aviação chinesa conseguiu organizar 2.500 voos extras para operar durante o período.
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Polêmica por proibição de fogos de artifício
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Entenda o Ano Novo chinês
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A festa também começará, este ano, sob uma grande polêmica. Mais cidades decidiram proibir ou limitar a queima de fogos de artifício, inventados na China e uma das grandes tradições na festa. O argumento é que os fogos em excesso causaram poluição e incêndios.
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A proibição suscitou um grande debate no país. Na sexta-feira (9), parlamentares chineses, que debateram o tema, disseram reconhecer que será difícil proibir totalmente a queima de fogos pelo país.
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Segundo uma lenda local, os primeiros fogos de artifício foram inventados há 2.000 anos na China para afastar o "nian", uma besta mítica que atacava pessoas e animais na véspera do Ano Novo Lunar, ou Festival da Primavera.
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Uma pesquisa online feita pelo jornal Beijing Youth Daily nesta semana mostrou que mais de 80% dos entrevistados apoiam o uso de fogos de artifício durante o Festival da Primavera, o mais importante feriado no calendário chinês.
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Ano do dragão
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Visitantes caminham sobre lanterna em formato de dragão gigante durante celebração do Ano Novo Chinês, em Pequim, na China, em 9 de fevereiro de 2024.
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Andy Wong/ AP
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Na China, cada ano é dedicado a animais no calendário chinês. São doze, que se intercalam: Rato, Boi, Tigre, Coelho, Dragão, Serpente, Cavalo, Carneiro, Macaco, Galo, Cão e Porco (ou Javali).
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Este será o ano do Dragão.
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Na China, a data do Ano Novo é móvel e não acontece sempre depois de um ciclo fixo de dias, como no caso do calendário Gregoriano, que se repete a cada 365 dias.
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O calendário chinês tem a Lua como parâmetro -- e, por isso, a festividade também é chamada de Ano Novo Lunar. O ano é o fim de 12 ciclos completos da Lua.
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O que marca o Ano Novo é a primeira Lua Nova após o solstício de inverno. Geralmente, fica entre os dias 20 de janeiro e 18 de fevereiro. Outros calendários também são lunares, como o dos muçulmanos, que tem o Ramadã, e o judeu.
Fonte: G1.