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Foguetes são lançados perto do palácio presidencial afegão


Várias autoridades estavam reunidas com o presidente Ashraf Ghani devido ao início do Eid al Adha, festival sagrado dos muçulmanos. Ninguém assumiu autoria do ataque até o momento. O presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, participa das orações de Eid al-Adha no palácio presidencial em Cabul, capital do país, momentos após explosões de foguetes serem ouvidos em 20 de julho de 2021

RTA via Reuters

Foguetes caíram nesta terça-feira (20) perto do palácio presidencial em Cabul, capital do Afeganistão, onde várias autoridades estavam reunidas com o presidente Ashraf Ghani devido ao início do Eid al Adha, festival sagrado dos muçulmanos.

Dois dos três foguetes explodiram e não provocou vítimas, segundo o porta-voz do Ministério do Interior, Mirwais Stanikzai. Ninguém reivindicou a autoria do ataque, que ocorreu às 8h (horário local, 0h30 em Brasília), até o momento.

Em um vídeo publicado na página oficial da presidência afegã no Facebook é possível ouvir as explosões de ao menos dois foguetes no momento em que Ghani e outras autoridades rezam de joelhos no jardim do palácio (foto acima).

O presidente e a maioria dos participantes permaneceram impassíveis com o som das explosões e prosseguiram com as orações.

Após o ataque, o presidente Ghani fez um discurso à nação na presença dos principais funcionários do governo e citou o Talibã, embora o grupo tenha negado ser o responsável pelos disparos.

"Os talibãs mostraram que não têm a vontade nem a intenção de fazer a paz", declarou Ghani. "Até agora os talibãs não mostraram o menor interesse em negociações significativas e sérias".

O presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, durante discurso na conferência de 2021 da Ásia Central e Sul em Tashkent, no Uzbequistão, em 16 de julho de 2021

AP

Ataques ao palácio presidencial

Os três foguetes caíram em um raio de quase um quilômetro ao redor do palácio presidencial, que já foi alvo de ataques em várias oportunidades (a última delas em dezembro).

As explosões foram nas imediações da zona verde, área da cidade onde a segurança é reforçada e ficam o palácio presidencial, as embaixadas e a missão da ONU.

Em março de 2020, o Estado Islâmico atacou com foguete a posse de Ghani, na presença de centenas de pessoas. Na época, o Estado Islâmico (EI) reivindicou o atentado.

O ataque desta terça parece reduzir por completo as esperanças de um cessar-fogo devido ao Eid, o que marca uma ruptura em relação aos últimos anos, quando os talibãs adotaram tréguas durante as festas muçulmanas.

O Eid al-Adha é um festival sagrado dos muçulmanos, também conhecido como "grande festa" ou "festa do sacrifício", que ocorre depois do Hajj, a peregrinação dos muçulmanos até Meca, e geralmente dura quatro dias.

VEJA TAMBÉM: Saiba o que é o Hajj, peregrinação dos muçulmanos até Meca

Negociações de paz

O governo afegão e o Talibã negociam um acordo de paz, mas as negociações tiveram mais um fim de semana de negociações infrutíferas em Doha, no Catar. No domingo (18), os dois lados afirmaram em um comunicado que concordam com a necessidade de encontrar uma "solução justa".

O diretor do conselho governamental afegão que supervisiona o processo de paz, Abdullah Abdullah, admitiu na segunda-feira (19) que "o povo afegão evidentemente esperava mais". "Mas a porta das negociações continua aberta".

As negociações no Catar começaram em setembro e não registraram avanços. Em maio, os talibãs iniciaram uma ofensiva contra as forças afegãs, aproveitando-se do processo de retirada definitiva das forças internacionais do país, que deve terminar em agosto.

Sem o crucial apoio aéreo das tropas estrangeiras, as tropas governamentais controlam apenas as capitais de província e algumas estradas importantes. Na segunda, várias representações diplomáticas no Afeganistão pediram aos talibãs para interromper a ofensiva.

Os talibãs adotam uma interpretação rigorosa da lei islâmica e controlaram o Afeganistão de 1996 a 2001, até serem derrotados pela invasão da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos após os atentados do 11 de Setembro.

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