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G1 - Manchete

32% das 151 mortes decorrentes de acidentes aéreos em SP no últimos 10 anos estão ligadas a helicópteros

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Entre 2013 e 2023 foram registrados 49 óbitos em 16 acidentes fatais com helicópteros no estado. Local do acidente que matou Thomas Alckmin, filho de Geraldo Alckmin; helicóptero que caiu na Barra Funda, em 2023; queda do helicóptero que transportava o jornalista Ricardo Boechat, em fevereiro de 2019.

Reprodução

. Segundos dados da Força Aérea Brasileira (FAB), 32% das 151 vítimas de tragédias com aeronaves do estado estão relacionadas a casos envolvendohelicópteros.

De 2013 a 2023, 49 pessoas morreram em 16 acidentes fatais com helicópteros em São Paulo. Segundos dados da Força Aérea Brasileira (FAB), 32% das 151 vítimas de tragédias com aeronaves do estado estão relacionadas a casos envolvendo helicópteros.

O Painel Sipaer (Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), uma ferramenta do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) com registros das ocorrências aeronáuticas ocorridas no Brasil desde 2013, separa os tipos de aeronave por anfíbio, avião, balão, dirigível, helicóptero, planador, trike, ultraleve girocóptero e hidroavião.

Dos 71 acidentes fatais com todos os tipos de aeronaves registrados no estado, 22% dos casos foram com helicópteros.

No mesmo recorte de 10 anos, houve 51 desastres aéreos com mortes relacionadas com helicóptero em todo o país. Das 124 pessoas que morreram neles, 39,5% dos óbitos ocorreram em acidentes em São Paulo.

Entre os tipos de ocorrências com helicóptero, perda de controle de voo, falha do motor em voo e colisão com obstáculos durante decolagem e pouso lideram o ranking.

Considerando o total de "acidentes fatais" e de "acidentes" com helicópteros, o total é de 43 no período em São Paulo. Ainda segundo o Painel Sipaer, em 22 deles a operação era privada, seguida de 7 casos de instrução de voo, 5, táxi aéreo e 5, envolvendo ações policiais.

As investigações das ocorrências emitem relatórios que são disponibilizados à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) para as análises técnico-científicas das investigações como fonte de dados.

Tragédia entre SP e Ilhabela

A Polícia Militar de São Paulo informou na sexta-feira (12) que não há sobreviventes do acidente com o helicóptero que estava desaparecido e foi encontrado na região de mata de Paraibuna (SP).

"Todos estão mortos", afirmou o coronel Ronaldo Barreto de Oliveira, comandante da Aviação da Polícia Militar de SP.

O helicóptero foi localizado pela PM às 9h15. Em seguida, um grupo que fazia as buscas precisou descer de rapel até o local do acidente.

As quatro vítimas da queda da aeronave eram uma mãe e sua filha, de 45 e 20 anos, um amigo delas, de 41, e o piloto, de 44. A aeronave saiu da cidade de São Paulo e tinha como destino Ilhabela, no Litoral Norte do estado. As causas são investigadas.

O tempo chuvoso nesta sexta-feira (12) suspendeu o trabalho aéreo e atrapalhou a chegada das equipes de resgate ao local. Os bombeiros tentam o resgate dos corpos dos quatro ocupantes da aeronave, que estava desaparecida há 12 dias. A aeronave foi localizada em uma fazenda, em região de difícil acesso.

Helicóptero encontrado em Paraibuna

Divulgação / Polícia Militar

Acidentes recentes em SP

Em 17 de março de 2023, um helicóptero caiu na Barra Funda, na Zona Oeste de São Paulo, e quatro pessoas morreram. Todas as vítimas estavam na aeronave. O grupo tinha ido almoçar em Guarujá, no litoral paulista.

Na volta, a caminho do Campo de Marte, na Zona Norte, sofreu uma possível pane e bateu em um coqueiro. Havia quatro homens (o piloto e três passageiros): Wellington Roberto Palhares, de 28 anos, Antonio Cano dos Santos Junior, de 42, Caio Lucio de Benedetto Moreira, de 30, e o piloto João Intorm Neto, de 32.

Vídeo mostra queda de helicóptero na Zona Oeste de SP

O helicóptero, com capacidade para um piloto e três passageiros, tinha permissão para fazer táxi aéreo.

Até a noite de sexta-feira (12), quase um ano depois, o Cenipa informou no site que os trabalhos sobre a ocorrência estão em andamento. O caso ainda é tratado como "indeterminado". "A aeronave não está liberada no tocante à investigação", diz.

As investigações do órgão não buscam culpa ou responsabilidade nem comprovar a causa do acidente. O objetivo é procurar hipóteses para entender as circunstâncias que podem ter causado a ocorrência e implementar recomendações para que novos casos sejam evitados.

Morte de Ricardo Boechat - 2019

O jornalista, apresentador e radialista Ricardo Eugênio Boechat morreu em 11 de fevereiro de 2019, aos 66 anos, em São Paulo. Ele estava em um helicóptero que caiu na Rodovia Anhanguera e bateu na parte dianteira de um caminhão que transitava pela via. O piloto Ronaldo Quattrucci também morreu no acidente.

Em 2020, uma série de falhas de manutenção teria levado à queda do helicóptero, segundo o relatório do Cenipa. O piloto, apontou o documento, teve atitudes consideradas erradas durante a operação e não verificou se os instrumentos de bordo estavam funcionando perfeitamente, o que teria contribuído para a ocorrência.

Foram destacados no relatório manutenção da aeronave, atitude do piloto, cultura organizacional da empresa do piloto (que era dono do helicóptero), indisciplina de voo, julgamento de pilotagem e processo decisório na hora da tragédia.

Também haveria falhas no compressor da aeronave, que não teve nenhuma atualização ou troca completa desde 1988. O compressor estava com peças vencidas no momento do acidente. O tubo de distribuição de óleo da aeronave "estava com o calendário de troca excedido várias vezes".

Filho de Geraldo Alckmin - 2015

Em 2015, o filho mais novo do então governador Geraldo Alckmin, Thomaz Rodrigues Alckmin, de 31 anos, morreu em 2 de abril daquele ano com mais quatro pessoas na queda de um helicóptero em Carapicuíba, na Grande São Paulo.

Além do caçula de Alckmin, morreram o piloto Carlos Haroldo Isquerdo Gonçalves, de 53 anos, e os mecânicos Paulo Henrique Moraes, de 42 anos, Erick Martinho, de 36 anos, e Leandro Souza, de 34 anos. Thomaz também trabalhava como piloto.

Em 2017, peritos do Cenipa concluíram que a haste de comando estava desconectada. Sem o comando da haste, o piloto consegue fazer a aeronave subir, mas não realiza manobras para esquerda ou direita. O relatório destacou que a rotina de trabalho da equipe de manutenção sofria várias interferências e interrupções, além do acúmulo de funções.

Os peritos relataram haver um passageiro não habilitado na aeronave, ocupando o assento do copiloto. Sobre o caso, o Cenipa emitiu, em 2017, cinco recomendações de segurança à Anac.

Thomas Alckmin, filho do governador Geraldo; imagem do helicóptero antes de decolar; e foto dos destroços da aeronave em Carapicuíba

(Foto: Arquivo/Beto Barata/Estadão Conteúdo, imagens TV Globo)

G1

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