Desse montante, mais de 62 mil estão na capital paulista, de acordo com dados registrados até novembro de 2023 no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico). Homem em situação de rua dentro de barraca, na cidade de São Paulo
Reprodução/TV Globo
Mais de 103 mil pessoas estão em situação de rua no estado de São Paulo, conforme apontam dados de novembro de 2023 do Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), plataforma do governo federal que concentra informações sobre pessoas de baixa renda e em vulnerabilidade.
Conforme o levantamento, são 103.158 pessoas nas ruas do estado. Só a capital registra 60% desse número, sendo 62.155 pessoas.
Ainda de acordo com os dados, a Região Metropolitana de São Paulo acumula o número de 72.090 pessoas morando nas ruas. Veja os números do CadÚnico de novembro de 2023:
São Paulo: 62.155
Guarulhos: 1.478
Osasco: 1.307
São Bernardo do Campo: 1.160
Suzano: 605
Mogi das Cruzes: 602
Barueri: 576
Diadema: 498
Carapicuíba: 478
Santo André: 509
Mauá: 230
São Caetano do Sul: 233
Poá: 210
Francisco Morato: 191
Itaquaquecetuba: 165
Cotia: 158
Embu das Artes: 160
Franco da Rocha: 143
Taboão da Serra: 125
Jandira: 111
Mairiporã: 109
Itapevi: 98
Ferraz de Vasconcelos: 100
Caieiras: 77
Arujá: 71
Ribeirão Pires: 76
Cajamar: 64
Itapecerica da Serra: 69
Rio Grande da Serra: 57
Embu-Guaçu: 66
Santa Isabel: 55
Vargem Grande Paulista: 56
Juquitiba: 56
Guararema: 20
Pirapora do Bom Jesus: 5
Salesópolis: 5
Santana de Parnaíba: 4
São Lourenço da Serra: 4
Biritiba Mirim: 4
Total: 72.090
O que diz a prefeitura?
Homem em situação de rua durante frio em SP
ALOISIO MAURICIO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Em nota, a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) informou que "o Censo 2021, publicado em janeiro de 2022, apontou que 31.884 pessoas vivem em situação de rua na cidade".
"Essa pesquisa garantiu que todas as pessoas que se encaixavam na definição de população em situação de rua fossem entrevistadas e/ou contabilizadas, tanto nos logradouros públicos, quanto nos centros de acolhida do município".
"Já os dados do Cadastro Único (CadÚnico) relativos a pessoas em situação de rua são cumulativos e auto declaratórios, enquanto o Censo da População em Situação de Rua, produzido pela Prefeitura de São Paulo em 2021, que é de conhecimento público, é resultado de um minucioso trabalho de campo, feito por mais de 200 profissionais".
A pasta ainda ressaltou que "a capital possui a maior rede socioassistencial da América Latina, com cerca de 24 mil vagas de acolhimento para pessoas em situação de rua, distribuídas em Centros de Acolhida, hotéis sociais, Repúblicas para Adultos, Vilas Reencontro, entre outros. Atualmente, são 357 serviços de acolhimento".
"Importante ressaltar que estes serviços são separados por tipologias de acordo com perfil da pessoa acolhida, respeitando suas individualidades e necessidades. São serviços com foco na autonomia, voltados para mulheres, famílias, idosos, crianças e adolescentes, pessoas com deficiência, imigrantes e público LGBTQIA+", afirmou a secretaria.
A pasta ressalta que também são oferecidas refeições diárias (café da manhã, almoço, café da tarde e jantar) nos 15 Núcleos de Convivência da cidade, com capacidade de atendimento diário para 4.452 pessoas, sendo eles: Inforedes, Dom Orione, Casa Franciscana, Porto Seguro, Prates, Boracea, Boticário, Bela Vista e Chá do Padre, na região central; Núcleo Santo Amaro, na zona sul; Núcleo Pinheiros, na zona oeste; ABECAL, Restaura-me, São Martinho de Lima e São Rafael, na zona leste.
O que diz o governo de SP?
Em nota, a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social (SEDS) informou que, alinhada com a Política Nacional para População em Situação de Rua (Decreto Federal 7.053/2009), "financia e cofinancia programas para os 645 municípios, repassando, anualmente, mais de R$ 200 milhões para serviços socioassistenciais, como os Centros Pop (Centro de Referência especializado para População em Situação de Rua)".
"A pasta também financia e executa diretamente programas de combate à fome e insegurança alimentar e nutricional, como Bom Prato e Vivaleite, para população em vulnerabilidade social. O Programa Bom Prato encerrou 2023 contabilizando perto de 40 milhões de refeições servidas no estado, um crescimento de mais de 20% se comparado com o ano anterior".
"Foram entregues 17 novas unidades móveis, sendo 9 para a capital e RMSP, o que representou um incremento de mais 100 mil refeições/mês", ressaltou a secretaria, em nota.
Além disso, pasta alegou que investiu, em 2023, perto de R$ 40 milhões para o enfrentamento da dependência química, com ênfase ao acolhimento terapêutico da população em situação de rua.
Moradores em SP
Luiz Franco/g1
Fonte: G1