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Kissinger apoiou ditadura militar e trabalhou para transformar Brasil em aliado dos EUA na Guerra Fria

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Por Jr Blitz 30/11/2023 às 00:09:26
Em documento da década de 1970 enviado a Kissinger, governo norte-americano revelou que Geisel autorizou a execução de opositores enquanto era presidente do Brasil. Henry Kissinger em foto feita em janeiro de 2012, na China

REUTERS/David Gray

O ex-secretário de Estado dos EUA Henry Kissinger, morto aos 100 anos nesta quarta-feira (29), apoiou a ditadura militar no Brasil e em outros países da América do Sul. Kissinger também trabalhou para transformar o Brasil em aliado dos Estados Unidos na Guerra Fria, durante a década de 1970.

O livro "Kissinger e o Brasil", do professor Matias Spektor, expõe que o secretário norte-americano criou canais secretos de comunicação com o governo brasileiro.

Os canais foram responsáveis por formalizar uma política de consultas oficiais entre o governo do Brasil e dos Estados Unidos, para evitar conflitos.

Um memorando de 1974 elaborado pelo então diretor da CIA e enviado a Kissinger, por exemplo, revelou que o general Ernesto Geisel autorizou a execução de opositores enquanto era presidente.

O documento foi tornado público pelo governo norte-americano em 2018. O memorando cita ainda que os militares afirmaram que o Brasil não poderia ignorar a "ameaça terrorista e subversiva", e que os métodos "extralegais deveriam continuar a ser empregados contra subversivos perigosos".

As execuções, de acordo com o documento, deveriam ser aprovadas pelo general João Baptista Figueiredo, que acabou sucedendo Geisel na presidência.

Apoio ao programa nuclear do Brasil

Na década de 1970, Kissinger contrariou figuras relevantes do Congresso, do Departamento de Estado e da Agência de Controle de Armas e Desarmamento dos EUA ao apoiar o programa nuclear do Brasil.

Ele argumentou que o país era um dos pilares da política norte-americana na América Latina e que apoiar o governo brasileiro era importante para manter a aliança entre as nações.

Além disso, Kissinger apontou para os interesses econômicos de empresas dos EUA em explorar a indústria nuclear no Brasil.

Fonte: G1

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