Segundo o curador do festival, Uilton de Oliveira, cineasta e servidor do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, que é o gestor do Arquivo Nacional, este é um dos poucos festivais que debatem a preservação e a utilização de documentos de arquivo em produções audiovisuais.
A programação é composta de oficinas, debates e exibição de filmes nas formas presencial e online. No parte presencial, serão mostrados filmes de longa-metragem que usam documentos de arquivo de instituições diversas, no país e no exterior. A Mostra Filmes ocorrerá na televisão, na programação da UnBTV, Canal Educativo e Canal Gov, sempre às 23h, e na plataforma de streaming, envolvendo produções que estão em instituições como as cinematecas Brasileira, Pernambucana e do Museu de Arte Moderna (MAM) e a Filmoteca Baiana, entre outras."O Arquivo Nacional vai participar junto com outras instituições. E os filmes que serão exibidos presencialmente são longas-metragens que circularam em festivais e mostras de cinema pelo mundo, com base em acervos de arquivos públicos ou privados. A base da Mostra Arquivo em Cartaz é essa: utilização de documentos de arquivo, sejam eles iconográficos, audiovisuais, pessoais, nos filmes."
A ideia é valorizar a memória do cinema brasileiro e a importância da preservação dos acervos audiovisuais. Segundo Uilton de Oliveira, os filmes produzidos com esse tipo de material são fundamentais para a compreensão das condições políticas, históricas e sociais do passado e do presente, além de pertencerem à identidade do povo.
Para ele, o grande diferencial deste evento em relação a outros festivais é que o foco são peças de arquivo, como filmes e documentos, usados como fonte para realização das produções.sejam realizadas. Além da apresentação de filmes, o evento inclui oficinas de preservação e encontro de pesquisadores. "É um festival para públicos diversos, mas de pessoas envolvidas no universo do cinema, da preservação, da pesquisa. É um festival muito legal e uma oportunidade para que cineastas, pesquisadores e estudantes compartilhem experiências e conhecimentos sobre o tema do arquivo."
Para participar dos debates e assistir aos filmes, não há necessidade de inscrição. "São abertos ao público. É só chegar", disse o curador. Para as oficinas técnicas, as inscrições estão encerradas.
No Rio de Janeiro, os filmes serão exibidos nos jardins do prédio histórico do Arquivo Nacional, localizado na Praça da República, região central do município. A abertura será nesta quarta-feira (8), às 9h, seguida de mesa de debate sobre Política de digitalização: o que, por que e como digitalizar. Nas noites de 8 a 10 deste mês, o festival exibe os filmes da mostra Cine Pátio, com produções recentes do cinema brasileiro que utilizaram arquivos pessoais e públicos como fio condutor de suas narrativas.
No Arquivo Nacional de Brasília, a programação presencial do festival inclui os filmes Não É A Primeira Vez que Lutamos pelo Nosso Amor, de Luiz Carlos de Alencar, no dia 9, às 14h, que mostra a luta da comunidade LGBTQIA+ por seus direitos, e O Caso do Homem Errado, de Camila de Moraes, no dia 10, às 10h, que conta a história de um homem negro preso por engano.
Quem não puder estar presente poderá acompanhar, a partir de amanhã, a exibição de filmes em plataforma de streaming e, pela primeira vez, na TV aberta. Serão exibidos filmes com conteúdo do Arquivo Nacional e de outras instituições públicas e privadas na Mostra Acervos.
O Arquivo Nacional tem um dos maiores acervos do Brasil. A instituição preserva documentos públicos e privados que representam a história e a cultura do país, entre os quais os papéis originais com a assinatura da Lei Áurea e imagens da construção de Brasília.
Fonte: Agencia Brasil