Campanha eleitoral antecipada foi marcada por violência e o 1º turno teve esquema inédito de segurança, com candidatos com capacete e colete à prova de balas. Nesta reta final, Luísa González e Daniel Noboa Azin disputam pela cadeira da presidência. Luisa Gonzalez e Daniel Noboa
REUTERS/Henry Romero; REUTERS/Karen Toro
Os eleitores do Equador voltam às urnas no domingo (15) para escolher seu próximo presidente. Neste 2º turno, estão na disputa a candidata de esquerda Luísa González e o empresário Daniel Noboa Azin, filho de um dos maiores bilionários do país (conheça cada um abaixo).
A votação começou às 9h, horário de Brasília, com previsão de encerramento por volta das 19h, horário de Brasília, quando começa a apuração.
Após o resultado, o vencedor receberá as credenciais para governar em 30 de novembro, de acordo com o cronograma do órgão de governo eleitoral.
Quem são os candidatos
Luisa Gonzalez
Candidata "correísta" para a presidência do Equador comemorando com apoiadores os resultados do 1° turno presidencial em 20 de agosto de 2023
Karen Toro/REUTERS
Luisa Gonzalez, uma advogada de 45 anos, prometeu restaurar os programas sociais implementados por Rafael Correa. Ela faz campanha relembrando as políticas populares de saúde e educação de Correa e afirma que planeja "recuperar a pátria".
Gonzalez, que se autodenomina mãe solteira, defensora dos direitos dos animais e esportista disse à Reuters que usaria US$ 2,5 bilhões (R$ 12,4 bilhões) das reservas internacionais para sustentar a economia em dificuldades e investir em infraestrutura pública se eleita.
Ela nega que perdoaria Correa, condenado por corrupção e em exílio na Bélgica.
Daniel Noboa
Daniel Noboa, candidato à presidência do Equador, em agosto de 2023.
Reprodução/Instagram @danielnoboaok
Ex-deputado e empresário, tem 36 anos. Na Assembleia, foi presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico, que tramitou diversos projetos de lei nas áreas econômica, tributária e de investimentos.
Noboa é filho de um dos maiores empresários do país e ex-candidato presidencial Álvaro Noboa.
Ele concentrou sua campanha na criação de empregos, incentivos fiscais para novos negócios e sentenças de prisão para sonegadores graves de impostos
Noboa, que é casado e tem dois filhos, estudou em universidades nos Estados Unidos e começou a trabalhar na empresa de sua família, a Corporacion Noboa, ainda jovem.
Equador vive onda de violência
A campanha eleitoral deste ano foi marcada pelo assassinato do candidato Fernando Villavicencio, jornalista investigativo morto com tiros na cabeça ao sair de um comício em Quito no início de julho.
Um grupo criminoso ligado ao tráfico de drogas reivindicou autoria, mas a Promotoria do país continua investigando o caso, que colocou a violência sem precedentes na história recente do país sob os holofotes do mundo inteiro.
Christian Zurita, que substituiu a candidatura de Villavicencio, compareceu à seção eleitoral com forte esquema de segurança, usando um capacete e colete de proteção.
Por que o Equador está votando em eleições antecipadas?
O atual presidente do país, Guillermo Lasso, enfrentava um processo de impeachment, o primeiro na história recente do Equador. Com uma base frágil no Legislativo, ele resolveu dissolver o Congresso e convocar novas eleições. A dissolução da Assembleia Nacional e convocação de novas eleições presidenciais chama-se morte cruzada.
Lasso tinha sido eleito em abril de 2021, e o partido dele havia conquistado 12 cadeiras no Parlamento. O correísmo, a principal força de esquerda no país, tinha 48 deputados.
Ele até poderia se candidatar nas eleições que ele mesmo antecipou, mas preferiu ficar de fora.
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