"Você tem fome e sede de quê?". Esse é o lema do tradicional Grito dos Excluídos e Excluídas, que está em sua edição de número 29.
Neste ano, os temas são superação da fome, acesso à água e justiça social.
Ao longo da Semana da Pátria, diversas manifestações acontecem pelo país, para discutir problemas que afetam os mais vulneráveis.
E, no feriado de 7 de Setembro, vão acontecer atos públicos, caminhadas e mobilizações populares em todo país.
Segundo Daiane Hohn, da Coordenação Nacional do Grito dos Excluídos e Excluídas, são 29 anos que o Grito tem sido o lugar das vozes e das lutas das pessoas empobrecidas, invisibilizadas e silenciadas. Ela destaca algumas pautas do movimento.
A ideia é chamar a atenção sobre as mudanças que precisam ser feitas no país, como explica Dom Valdeci, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para Ação Sociotransformadora da CNBB, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
O tema permanente do Grito é "Vida em Primeiro Lugar!". O lema anual dialoga com a Campanha da Fraternidade, a conjuntura política, social e econômica, além da luta dos movimentos sociais.
Por uma nação livre, independente e soberana
Nacionalmente, o Grito dos Excluídos e das Excluídas surgiu em 1995, a partir da 2ª Semana Social Brasileira da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A primeira mobilização ecoou em 170 localidades do país e teve como lema "A vida em primeiro lugar". Ainda que sua origem seja católica, de lá pra cá, o ato simbólico expandiu-se para outros âmbitos, envolvendo movimentos populares, religiosos e sindicais, entre outras organizações comprometidas com as causas das populações mais vulneráveis.
Segundo o secretário do Grito continental, Luiz Bassegio, o protagonismo é antes de tudo dos excluídos e das excluídas. "Para que eles contem suas dores, seus lamentos, suas dificuldades, fazendo com que tenham voz própria. Esse é o sentido do Grito", afirma. Luiz acrescenta que o 12 de outubro, data que recorda a chegada dos espanhóis à América, também não é um dia de comemoração: "Nós não celebramos a "descoberta", mas a resistência dos povos".
Para além das atividades promovidas no dia em que o Brasil supostamente pôs fim às relações de poder coloniais, o Grito dos Excluídos e das Excluídas acontece antes, durante e depois do dia 7 de setembro. Embora potencializadas no nono mês, as reflexões e ações perduram o ano todo, por meio de reuniões, lutas específicas do dia a dia, debates e formação de lideranças.
Entre os principais pilares do Grito dos Excluídos e das Excluídas estão: analisar criticamente o atual modelo de "desenvolvimento" baseado no lucro e na acumulação privada; lutar contra a privatização dos recursos naturais, bens comuns e contra as reformas que retiram direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores; ocupar os espaços públicos e exigir do Estado a garantia e a universalização dos direitos básicos; promover a vida e anunciar a esperança de um mundo justo, com ações organizadas a fim de construir um novo projeto de sociedade.
Democracia será tema do Desfile de 7 de Setembro em Brasília
Semana de 7 de setembro. Em Brasília, o tradicional desfile terá como tema: Democracia, Soberania e União.
O evento, na próxima quinta-feira, começa por volta das 9h, na Esplanada dos Ministérios; e deve durar cerca de 2h, com expectativa de público de 30 mil pessoas.
A abertura ficará por conta da Fanfarra do 1º Regimento da Cavalaria de Guardas, os Dragões da Independência e do coral dos alunos do Colégio Militar de Brasília, que executarão o Hino Nacional Brasileiro e o Hino da Independência.
Em seguida, o comandante militar do Planalto, general de Divisão Ricardo Piai Carmona, apresenta a tropa ao presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e pede autorização para dar início ao desfile.
O fogo simbólico da Pátria será conduzido pelo medalhista de ouro no boxe nas Olimpíadas de Tóquio-2020, o 3º sargento Hebert Conceição.
Ainda tem o desfile de mais de 500 alunos de escolas públicas e projetos sociais do DF.
E, em seguida, cerca de 2.000 militares passam pela Esplanada com veículos e tropas.
O desfile terá quatro eixos temáticos: Paz e Soberania, Ciência e Tecnologia, Saúde e Vacinação, e Defesa da Amazônia.
E, para finalizar, um show da Esquadrilha da Fumaça, com uma apresentação especial nos céus de Brasília.
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