Delgatti foi preso nesta quarta-feira (2/8), no mesmo dia em que a PF cumpriu mandados de busca e apreensão nos endereços da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). A bolsonaristas e o hacker teriam se conhecido antes das eleições presidenciais. Segundo revelou o jornal “O Globo”, ela teria pago R$ 13,5 mil a Delgatti para que ele criasse um mandado falso de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Zambelli também teria apresentado o hacker ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ainda em 2022. O hacker havia sido questionado se conseguiria invadir o sistema das urnas eletrônicas se tivesse sido municiado com o “código-fonte” dos sistemas do TSE. No entanto, ele disse aos investigadores que só poderia ter acesso ao código dentro da sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Segundo o deputado Rogério Correia (PT-MG), o depoimento é importante para entender as dimensões da organização interna para um “golpe de estado”.
“As falas da Zambelli são o suficiente para mostrar as ligações com a intenção golpista entre ela, o hacker, a cúpula do PL e o próprio Bolsonaro”, disse Rogério, afirmando que a oitiva ainda está dentro do escopo do ataque aos Três Poderes no 8 de Janeiro.
A CPMI ainda convocou o fotógrafo Adriano Machado, da Reuters, que fez uma cobertura fotográfica dos ataques aos três poderes, além de outras três pessoas:
- Cíntia Queiroz de Castro, tenente-coronel da Polícia Militar e subsecretária de Operações Integradas da Secretaria de Segurança do DF;
- Marcela da Silva Moraes Pinno, PM promovida por “atos de bravura” no 8 de janeiro;
- Luís Marcos dos Reis, sargento do exército, preso na investigação da fraude no cartão de vacina do ex-presidente Bolsonaro.
Estadão