"Desde o começo do ano eu considero que o crescimento acima de 2% está contratado. O ponto é que, na margem, estamos observando desaceleração. Como nós estamos com 10% de taxa de juro real e uma inflação na meta, praticamente, nós temos espaço para fazer a diferença na política monetária", disse.
O ministro também comemorou a elevação da nota de crédito no Brasil pelas agências Fitch e DBRS Morningstar nesta semana.
Também nesta sexta-feira, Haddad disse que dois projetos serão prioritários para a agenda do Congresso em agosto. Um deles é o arcabouço fiscal que, segundo ele, deverá ter a "palavra final" no próximo mês.
O outro é o Marco das Garantias, que voltou à Câmara após ser aprovado com alterações pelo Senado. De acordo com o ministro, a medida, que facilita bancos e outros credores a executarem dívidas em caso de inadimplência, vai reduzir os spreads -diferença entre o custo de captação das instituições financeiras e os juros cobrados nos empréstimos.
Haddad esteve, na manhã desta sexta, em São Paulo, junto com a CervBr, associação que reúne representantes da indústria cervejeira do país.
À tarde foi a vez do CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável) se reunir com o ministro. Na ocasião, a entidade levou a Haddad um documento com recomendações para um pacote verde, abordando temas como finanças sustentáveis, transição energética e economia circular.
A jornalistas, o chefe da Fazenda também afirmou considerar exagerada a reação à escolha do economista Marcio Pochmann, filiado ao PT, como o novo presidente do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
"À luz das pessoas que ocuparam os cargos no governo passado, eu não vi nada desse tipo acontecer. Por que essa agressividade? Para o governo Bolsonaro, era de arrepiar os cabelos, e ninguém falava nada. Agora está com um professor da Unicamp e esse alvoroço todo", disse.
Fonte: Estadão