O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, solto após seis anos de prisão, aproveitou o sábado para passear e comer feijoada em um bar do Largo da Prainha, no centro da capital fluminense. Após a visita, os donos do estabelecimento compartilharam um vídeo nas redes sociais no qual fazem um banho de descarrego nas escadas do lugar. "Xô uruca! Saravá!", diz a publicação.
Na tarde de sábado (17/6), Cabral esteve junto a amigos e à namorada, Carul Passos, na Casa Porto, famoso bar na zona portuária do Rio de Janeiro. Comeu feijoada e tomou quatro caipirinhas de limão com caju.
Mas Cabral se recusou a beber um drink especial e famoso no cardápio local: a "Mamata", batidinha de maracujá com gengibre. O nome é uma referência aos escândalos de corrupção que envolvem políticos do Rio de Janeiro. "Fizemos questão de oferecer a 'Mamata' para ele, mas ele recusou", conta Raphael Vidal, proprietário da Casa Porto, ao F5, da Folha de S.Paulo.
Vidal, diz que, antes de chegar, um amigo de Cabral pediu "uma mesa reservada, afastada, escondida". Mas, como o estabelecimento não faz reservas no final de semana, o amigo precisou aguardar uma mesa na fila. Cabral chegou após meia hora.
Por mais que os funcionários do estabelecimento tenham buscado manter a normalidade, os clientes reconheceram o ex-governador. "Três mesas levantaram e foram embora. Uma outra mesa, que tinha uma professora, ficou bem irritada, chateada e veio reclamar com a gente", relata Vidal. "Mas fizemos nosso papel de receber todo mundo aqui."
"Por favor, não insistam: só temos guardanapos de papel", diz outra publicação no Instagram da Casa Porto sobre a visita. É uma referência à "farra dos guardanapos", símbolo dos escândalos da gestão Cabral. No episódio, fotos de uma confraternização em Paris viraram símbolo das irregularidades no governo do Rio. Os guardanapos na festa eram de pano.
"Somos um botequim debochado. A gente sempre se posicionou politicamente. Então, fizemos questão de fazer a nossa brincadeira, a nossa sacanagem, o nosso deboche. Porque, além de tudo, somos cariocas", explica o dono do bar, Raphael Vidal. "Somos um lugar democrático, mas utilizamos o humor como ferramenta de formação política."
Estadão