"Eu fiquei a par desta gravação, quando a ligação foi feita, na época. Fiquei sabendo. Fiquei perplexo, recolhemos o material e entregamos ao tribunal, que fez toda a apuração. Nós nos distanciamos completamente, até para evitar qualquer tipo de questionamento", disse Moro.
Segundo o senador, o intuito do telefonema "era colher dados pessoais para talvez usar contra o pai, de alguma forma".
O ex-relator no TRF-4 Marcelo Malucelli deixou os casos da Lava Jato em abril após ser criticado por vínculos do filho dele com o hoje senador. O filho de Malucelli é sócio do senador e da deputada federal Rosangela Moro (União Brasil-SP) no escritório Wolff Moro Sociedade de Advocacia.
'Emocionalmente desequilibrado'
Moro afirmou que o episódio mostrou que o juiz Appio é "emocionalmente desequilibrado" e que "insistiu na tese de revanchismo e meteu os pés pelas mãos".
Na entrevista nesta terça, Moro também disse que o juiz de primeira instância "vinha proferindo uma série de decisões heterodoxas", citando o caso de Sergio Cabral e a liberação de R$ 35 milhões a pedido da defesa de Antônio Palocci.
Moro também falou sobre o advogado e réu da Lava Jato Rodrigo Tacla Duran. Em março, Tacla Duran disse ao juiz Appio que pessoas próximas a Moro tentaram extorqui-lo, repetindo declarações já feitas em 2017, e o magistrado encaminhou o assunto para o STF, devido ao foro especial do senador.
"Mentira reiterada sem qualquer prova. A única pessoa que dava credibilidade a Tacla Duran era o juiz Appio. Toda esta história é uma patifaria", disse Moro.
Em rede social, Deltan compartilhou o vídeo da gravação do telefonema atribuído ao juiz afastado e comentou que "essa é a nova Lava Jato do governo da vingança de Lula".
"Não lutam mais para combater a corrupção, mas para se vingar de quem a combate", escreveu Deltan.
Estadão