Estadão
Brasília - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse ontem que tem recebido ameaças pelo WhatsApp desde domingo, todas com motivação política. Mas que não vai se intimidar e tomará providências. “Desde ontem, estou recebendo dezenas de mensagens agressivas e ameaçadoras. Todas com clara inspiração política em segmentos extremistas. Claro que não me intimido com gabinetes de ódio’. E estou adotando as providências legais cabíveis”, afirmou ele pelas redes sociais. Em outra publicação, ele declarou: “Tenho tranquilidade, serenidade, agora não tenho medo. Minha perna não treme, a voz não treme, a mão não treme, quando estou enfrentado fascista. Pode botar um fascista, 10, 20, 30. Eu tenho esse espírito de missão”. As mensagens contêm expressões como “bandido”, “ladrão”, “filho da puta”, “vai arder no fogo do inferno”, segundo o ministro. “As investigações estão em andamento para identificar as pessoas [que fizeram ameaças]”, disse ele. Desde que assumiu a pasta no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Dino tem sido um alvo constante da oposição no Congresso Nacional, principalmente dos parlamentares alinhados com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ao todo, ele já foi recebeu 62 convocações por meio de requerimentos em comissões da Câmara dos Deputados. Nas audiências, o ministro tem protagonizado momentos que se tornam virais nas redes sociais e, com isso, tem ganhado destaque. Na última terça-feira no Senado, por exemplo, ele se envolveu num embate com o senador Sergio Moro (União-PR), quando o ex-juiz afirmou que o ministro deveria ser preso. Ele então exigiu respeito do parlamentar. “Eu fui juiz, nunca fiz conluio com o Ministério Público. Nunca tive sentença anulada. Por ter sido um juiz honesto, por ter sido um governador honesto, é que eu não admito que ninguém venha dizer que eu tenho que ser preso, isso é desrespeito. Ninguém vai me impedir de defender a minha honra”, disse. Na mesma sessão, Dino também confrontou o senador Marcos do Val (Podemos-ES), que questionou as ações dele durante os ataques de 8 de janeiro. O governista então o ironizou: “Não precisa o senhor ir para a porta do Ministério da Justiça fazer vídeo de internet. Porque, se o senhor é da Swat, eu sou dos Vingadores. O senhor conhece? Capitão América, Homem-Aranha. Então, é assim que a gente faz o debate democrático e é assim que a verdade sempre vence”, declarou.