Na categoria Impresso, estão na final do Prêmio CDL/BH os repórteres do
Estado de Minas Luiz Ribeiro, com a série de reportagens “Combustíveis: quem pode menos, paga mais”, elaborada em parceria com o repórter Roger Dias; e Mateus Parreiras, com a série de reportagens “Mapa da violência e soluções de segurança em BH”. Leandro Couri é finalista na categoria fotojornalismo com o trabalho “Ouro Preto e Catas Altas reservam tesouros”. A fotos feitas para a reportagem de Gustavo Werneck, mostram a riqueza das igrejas e construções do interior de Minas Gerais.
O Prêmio CDL/BH contempla reportagens sobre o setor de comércio e serviços de Minas Gerais. Foram selecionados como finalistas trabalhos nas categorias Impresso, Rádio, Televisão, Internet e Estudante, além das categorias Cinegrafista e Fotojornalismo.
Trabalhos
A série de reportagens “Combustíveis: quem pode menos, paga mais” foi publicada ao longo de cinco meses, entre março e agosto de 2022. O trabalho retratou uma das grandes desigualdades brasileiras, em que as populações das cidades mais desenvolvidas e mais ricas pagam bem menos pelos combustíveis do que os moradores de municípios mais pobres, de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
As reportagens mostraram o peso do aumento dos derivados do petróleo, especialmente do óleo diesel para a população em geral, mas também para os responsáveis pela movimentação da economia e do comércio, abrangendo caminhoneiros, produtores e comerciantes. Para isso, foram feitas abordagens junto a agricultores e comerciantes em diferentes lugares, como a Central de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasa), em Belo Horizonte e pequenos municípios em regiões carentes do estado, como Botumirim e Cristália (Norte de Minas)e Coronel Murta (Vale do Jequitinhonha).
O trabalho também destacou uma inovação dos comerciantes de Bonito de Minas, uma das cidades mais pobres do Brasil, que encontraram uma forma inusitada de aumentar as vendas: compraram ônibus para buscar na roça os principais clientes: trabalhadores rurais, aposentados e pensionistas que não têm condições de bancar passagens caras até a cidade.
Os veículos cruzam dezenas de quilômetros de estradas de terra empoeiradas e vão a povoados distantes atrás dos “passageiros”, que viajam de graça. Na sede do município, além das compras de mantimentos da semana ou do mês, eles aproveitam para receber benefícios no banco, pagar contas, ir ao médico e resolver outros assuntos. A reportagem foi até Bonito de Minas e documentou as viagens patrocinadas pelo comércio local.
“Por o pé na estrada para elaborar a série de reportagens foi desafiante, mas também algo compensar, por poder mostrar um retrato das desigualdades brasileiras e, ao mesmo tempo, evidenciar o quanto o preço dos combustíveis pesa na economia e afeta o comércio e a vida das pessoas”, afirma o repórter Luiz Ribeiro.
“Considero a indicação para a final do Prêmio CDL/BH um reconhecimento ao trabalho, por tratar-se de uma iniciativa voltada para a valorização do bom jornalismo e das boas iniciativas em prol do crescimento econômico e do desenvolvimento sustentável”, avalia Ribeiro. O profissional do
EM ocupa a 18º no Ranking dos Jornalistas Brasileiros Mais Premiados, segundo a pesquisa do Jornalistas & e Cia, divulgada em janeiro de 2023.
Reportagens
A série de reportagens “Mapa da violência e soluções de segurança em BH”. Na reportagens foram apontados os pontos vulneráveis na capital mineira e mostrando que todo o arsenal de equipamentos para prevenir e monitorar espaços públicos não são suficientes para conter a violência na capital mineira.
“O grande volume de usuários de drogas, traficantes, receptadores e pontos de venda de produtos sem procedência – muitos roubados ou furtados – no Centro é destacado como fator que contribui para a criminalidade por várias pessoas ouvidas, entre comerciantes, consumidores, trabalhadores e estudantes”, destaca o repórter Matheus Parreiras na reportagens. A área central da cidade é que registra o maior número de ocorrências, mas a região da Pampulha também apresenta vulnerabilidade para o clima.
Fonte: Estadão