"É uma vergonha que um jornalista que denunciou as falcatruas de um Estado contra os outros esteja preso, condenado a morrer na cadeia, e a gente não fazer nada para libertar. O cara não denunciou nada vulgar. O cara denunciou que um Estado estava vigiando os outros. E isso virou crime contra o jornalista?", disse o presidente brasileiro.
Assange está preso em uma penitenciária de segurança máxima de Belmarsh desde 2019. Antes disso, ele passou sete anos exilado na embaixada do Equador em Londres. Neste ano, o governo inglês autorizou a extradição do jornalista para os Estados Unidos, onde ele pode ser condenado a 175 anos de prisão por vazamento de registros militares e diplomáticos do país.
A plataforma WikiLeaks se notabilizou por disponibilizar de forma anônima documentos secretos de Estados ao redor do mundo. Uma das publicações mais importantes aconteceu em 2010, com um vídeo que mostrava ataques do exército americano no Iraque em episódio que resultou em 12 mortes, incluindo jornalistas da agência Reuters. O site também revelou esquemas de espionagem do governo americano a outros governos, como o brasileiro.
Desde que passou a responder por processos nos Estados Unidos e vive exilado ou preso, a libertação de Assange é pauta de grupos ativistas que pedem por sua soltura. A defesa do jornalista é associada a denúncias de perseguição política e luta por transparência e liberdade de expressão.
Esta não é a primeira vez que Lula sai em defesa de Assange. Em novembro do ano passado, o petista pediu a libertação do jornalista após reunião em Brasília com Kristinn Hrafnsson, editor-chefe do WikiLeaks, e com Joseph Farrell, embaixador da plataforma. Na ocasião, o site emitiu uma nota oficial para agradecer o posicionamento do presidente eleito e associou as imagens do petista e do australiano ao classificar ambos como “presos políticos”.
Estadão