Desfiles tiveram enredos sobre festas populares, temas atuais e homenagens. Efeitos especiais marcam segunda noite de desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro
A segunda noite dos desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do Rio teve enredos sobre festas populares, temas atuais e homenagens, e não faltaram efeitos especiais.
Paraíso do Tuiuti
Do norte do país para a Sapucaí. A Ilha de Marajó e seus búfalos. O esplendor da Índia, de onde vieram esses imensos animais, e a riqueza da cultura marajoara como se fossem uma coisa só.
No barco, artistas de circo como marinheiros. E uma magia. Mesmo com o tempo firme, surge uma tempestade na avenida. Uma serpente provocou o naufrágio. E foi assim que os búfalos chegaram à Ilha de Marajó, no Pará, a nado, depois do acidente.
Primeira noite de desfiles do Grupo Especial do Rio tem carro alegórico gigante e iluminação especial na Sapucaí
Portela
O parabéns veio do céu com um balé de drones. Afinal, 100 anos precisam ser festejados. A comissão de frente retratava a fundação da Portela .
Dos desfiles simples, quando a escola ainda era um bloco, ao luxo que consagrou a Portela. E surgiu um contratempo logo no início do desfile. Um carro da Portela bateu na lateral da Sapucaí, na grade. Isso formou um buraco na pista. As pessoas aplaudiram muito quando, finalmente, o carro voltou a circular pela avenida
Era hora de reverenciar quem pegou o trem e ajudou a construir a história. Hora de saudar também todas as rainhas de bateria dos últimos tempos.
Unidos de Vila Isabel
Com o enredo "Nessa festa eu levo fé", a Vila Isabel fez uma apresentação para alegrar e surpreender.
O palco da comissão de frente se abriu em cinco partes e ninfas pareciam flutuar. Mestre-sala e porta-bandeira trocaram de roupa na frente dos jurados.
Um carro fez homenagem a São Jorge. E no fim, a consagração da maior das festas: o nosso carnaval. O calhambeque desceu por uma rampa e seguiu pela avenida. A bordo, o rei da folia.
Imperatriz Leopoldinense
Uma viagem que começou com uma encenação divertida sobre o rei do cangaço. O que aconteceu com Lampião depois da morte dele em 1938? Nem o céu, nem o inferno. Ninguém queria Lampião. Bandido? Ou herói que lutava por uma sociedade mais justa? O sambódromo do Rio virou sertão.
Oficialmente, Lampião e Maria Bonita tiveram uma filha única. Aos 90 anos, Expedita Ferreira foi reverenciar a força e a riqueza cultural do sertanejo.
Beija-Flor de Nilópolis
Uma parceria inédita: Ludmilla e Neguinho da Beija-Flor.
“Chamar uma mulher para representar junto e ao lado do Neguinho diz muito sobre a Beija-Flor”, diz a cantora.
E ainda na concentração, um susto: fogo no carro abre-alas da Beija-Flor.
A Beija-Flor deu voz aos excluídos e recontou a história da independência do Brasil. Figuras populares retiraram a guarda de Dom Pedro e uma mulher - representada pela atriz Isabel Fillardis - subiu no cavalo onde estava o regente. E, num piscar de olhos, o quadro "Independência ou Morte" ganhou uma nova versão.
A Beija-Flor exaltou heróis populares que expõem as mazelas e lutam por direitos e liberdade.
Unidos do Viradouro
A Unidos do Viradouro deu uma aula sobre Rosa Maria Egipcíaca, a primeira preta a escrever um livro no Brasil.
A história não guarda registros da imagem de Rosa Maria, nem jovem nem adulta. Mas na Sapucaí ela foi representada pela Gabi Reis, de oito anos.
“Eu estou muito feliz por isso. É meu sonho estar aqui”, diz.
Rosa Maria saiu da África como escrava, teve que se prostituir, mas foi aclamada pelo povo como santa. O último carro não tinha só rosas. Também exalava o perfume delas.
A Viradouro deixou a avenida com dia clareando e com o cortejo do povo, que parecia querer que os desfiles não chegassem ao fim.
Fonte: G1