Apresentação começa às 22h e cada escola terá de 60 a 70 minutos. Apuração é na próxima quarta (22). Nova iluminação da Sapucaí
Reprodução/TV Globo
Seis escolas encerram nesta segunda-feira (20) as apresentações do Grupo Especial, no Sambódromo do Rio, no carnaval 2023. Cada escola terá entre 60 e 70 minutos para mostrar seu enredo na Avenida. O início dos desfiles está marcado para as 22h.
Seis escolas encerram nesta segunda (20) os desfiles do Grupo Especial de 2023.
A apuração dos desfiles, que vai apontar a agremiação campeã deste ano, acontece na quarta-feira (22), na Praça da Apoteose, no Sambódromo. As seis primeiras colocadas voltam a pisar na Sapucaí, no dia 25, no Sábado das Campeãs. A última colocada é rebaixada para a Série Ouro.
Veja a ordem, definida em sorteio:
Desfiles do Grupo Especial do Rio
Paraíso do Tuiuti
A escola de São Cristóvão vai usar a história de como o búfalo foi parar na Ilha de Marajó para, através do enredo, exaltar a cultura do Estado do Pará, com a presença, por exemplo, do carimbó.
O carnavalesco João Vitor disse que foram criadas mais de 30 esculturas de animais amazônicos, indianos e até mitológicos em alegorias que vão ajudar a contar a história da chegada do búfalo — originalmente indiano — ao Pará.
"São animais brasileiros da selva amazônica e que povoam lendas indígenas, como onça, corujas, tartarugas, botos e peixes, indianos, como os macacos dos templos indianos de Jaipur, e os monstros marinhos, das lendas que contam como os búfalos vieram parar no Brasil", explicou o carnavalesco.
Aliás, segundo João Vítor, este é com certeza o maior e mais trabalhoso carnaval produzido pela Tuiuti, que com carros grandes e ricos em detalhes e com acabamento impecável, bem ao estilo de Rosa Magalhães.
Enredo e Samba: Tuiuti vai explicar como os búfalos foram parar na Ilha de Marajó
LEIA MAIS:
Veja a letra do samba e cante junto
Escola traz a arte marajoara de Mestre Damasceno
Carnavalesco João Vítor Araújo diz que Paraíso do Tuiuti vai promover uma explosão de cores para falar do boi mogangueiro e da cultura marajoara
Alba Valéria Mendonça/g1 Rio
FICHA:
Enredo: O Mogangueiro da Cara Preta
Presidente: Renato Thor
Carnavalescos: Rosa Magalhães e João Vítor Araújo
Diretor de Carnaval: André Gonçalves
Mestre de Bateria: Marcão
Rainha de Bateria: Mayara Lima
Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Raphael Rodrigues e Dandara Ventapane
Comissão de Frente: Lucas Maciel e Karina Dias
Samba de autoria de Claudio Russo, Moacyr Luz, Gustavo Clarão, Júlio Alves, Alessandro Falcão, Pier Ubertini e W Correia
Intérprete: Wander Pires
Seleção do Samba: Paraíso do Tuiuti
Portela
A Portela vai cantar seu centenário com o enredo "O azul que vem do infinito", desenvolvido pelos carnavalescos Márcia e Renato Lage. O título do enredo já dá uma noção de como vem a Portela: com muito azul. E muito dourado. Afinal, nada melhor que ouro para simbolizar a realeza — é a primeira escola de samba a completar 100 anos e homenagear a orixá da escola, Oxum.
"Vai ser um carnaval grandioso, contando a história da grandeza da Portela, a escola com mais títulos, são 22, e toda emoção que esse desfile representa. O portelense tem muito orgulho de sua escola e sua história", disse Escafura.
Para acompanhar essa modernidade, a Portela vai trazer alegorias ainda maiores que as do desfile de 2022. Serão cinco carros alegóricos e um tripé. O abre-alas, onde vem a águia, vai ter três chassis.
"A escola vai desfilar imponente. A águia da Portela, que é o símbolo-mor do carnaval, vai ser muito bem representada. Para ela, o céu é o limite. E para a Portela, todo carnaval é para disputar o título."
Enredo e Samba: Portela celebra 100 anos e exalta personagens e vitórias
LEIA MAIS:
Veja a letra do samba e cante junto
Cem anos em cinco setores: como a Portela contará a própria história
Azul e dourado, criatividade, grandiosidade e riqueza vão imperar no desfile do centenário da Portela
Reprodução/TV Portela
FICHA:
Enredo: "O azul que vem do infinito"
Presidente de Honra: Tia Surica
Presidente: Fábio Pavão
Carnavalescos: Renato Lage e Márcia Lage
Diretores de Carnaval: Claudinho Portela, Júnior Escafura e Higor Machado
Mestre de Bateria: Nilo Sérgio
Rainha de Bateria: Bianca Monteiro
Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Marlon Lamar e Lucinha Nobre
Comissão de Frente: Leo Senna e Kelly Siqueira
Samba de autoria de Wanderley Monteiro, Vinicius Ferreira, Rafael Gigante, Edmar Jr., Bira e Marcel?o
Intérprete: Gilsinho
Seleção do Samba: Portela
Unidos de Vila Isabel
O enredo “Nessa festa, eu levo fé” levará para a Avenida um desfile sobre as celebrações de origem religiosa que há séculos fazem parte da cultura brasileira.
Se o enredo fala sobre festas, nada mais adequado que as fantasias sejam leves para que os componentes possam pular, dançar, brincar e se divertir. Pensando nisso, a Unidos de Vila Isabel, que traz de volta o carnavalesco Paulo Barros — que já fez por lá os desfiles de 2009 e 2018 —, vai convocar o público a cair na folia.
O diretor artístico da Vila Isabel, Fábio Costa, diz que, embora mais leve, o público vai reconhecer a marca de Paulo Barros na Avenida. Para falar das festas, o carnavalesco desenvolveu fantasias e alegorias bem alegres e muito coloridas, com uso de cores neon e cítricas.
"Depois de dois anos de um clima tenso por causa da pandemia, a Vila Isabel precisava levar leveza para o carnaval, sem cunho político ou crítica social. A escola queria que seu componente pudesse brincar, sambar, se divertir. E o enredo traz essa confraternização e a alegria que as festas proporcionam. A Vila vai entrar na Sapucaí para celebrar a vida", disse Costa.
Enredo e Samba: Vila Isabel elenca as festas religiosas mais famosas do país
LEIA MAIS:
Veja a letra do samba e cante junto
Vila promete uma surpresa em cada setor
Vila Isabel vai celebrar na Sapucaí as principais festas religiosas do Brasil e do mundo, incluindo o carnaval
Alba Valéria Mendonça/g1 Rio
FICHA:
Enredo: “Nessa festa, eu levo fé”
Presidente de Honra: Martinho da Vila
Presidente: Luiz Guimarães
Carnavalesco: Paulo Barros
Diretor de Carnaval: Moisés Carvalho
Mestre de Bateria: Macaco Branco
Rainha de Bateria: Sabrina Sato
Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Marcinho Siqueira e Cristiane Caldas
Comissão de Frente: Alex Neoral e Márcio Jahú
Samba de autoria de Dinny da Vila, Kleber Cassino, Mano 10, Doc Santana e Marcos
Intérprete: Tinga
Seleção do Samba: Vila Isabel
Imperatriz Leopoldinense
O carnavalesco Leandro Vieira classifica a história de seu enredo sobre Lampião como um “aperreio”: “Morreu. Foi para o Inferno. O Diabo não quis ele lá. Tentou ir para o Céu. São Pedro não deixou entrar. Vai parar em algum lugar”.
O cangaceiro Lampião andava cheio de cordões, anéis, com a roupa repleta de acessórios, bolsas com detalhes coloridos e, reza a lenda, até perfume francês. Se o Rei do Cangaço era também o senhor da ostentação, nada mais natural que que a Imperatriz Leopoldinense produzir um carnaval com cores vivas.
"Como representante da cultura popular, a Imperatriz foi buscar o que tem de brasilidade na história de Lampião. Não vamos julgar o que ele fez; vamos destacar a cultura sertaneja, através das roupas, da música, da dança e da literatura de cordel. Lampião era uma figura que tinha uma estética própria, exuberante, colorida, nada sombria. E é nesse universo nordestino que a Imperatriz vai mergulhar", disse o carnavalesco.
“Lampião é um personagem tão interessante da cultura brasileira que, independentemente de herói ou vilão, bom ou mau, criou a identidade do que é o homem nordestino”, sintetiza.
Enredo e Samba: Imperatriz imagina o 'aperreio' de Lampião barrado no Inferno e no Céu
LEIA MAIS:
Veja a letra do samba e cante junto
Ramos virá colorida, vibrante e luminosa
Imperatriz, representante da cultura popular, acolhe Lampião, representante da exuberância da cultura sertaneja
Divulgação/Fernando Grilli
FICHA:
Enredo: “O aperreio do cabra que o Excomungado tratou com má-querença e o Santíssimo não deu guarida”
Presidente de Honra (In Memoriam): Luiz Pacheco Drumond
Presidente: Cátia Drumond
Carnavalesco: Leandro Vieira
Diretor de Carnaval: Mauro Amorim
Mestre de Bateria: Lolo
Rainha de Bateria: Maria Mariá
Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Phelipe Lemos e Rafaela Theodoro
Comissão de Frente: Marcelo Misailidis
Samba de autoria de Me Leva, Gabriel Coelho, Miguel da Imperatriz, Luiz Brinquinho, Antonio Crescente e Renne Barbosa
Intérprete: Pitty de Menezes
Seleção do Samba: Imperatriz Leopoldinense
Beija-Flor de Nilópolis
Com o enredo "Brava gente! O grito dos excluídos no bicentenário da Independência", dos carnavalescos Alexandre Louzada e André Rodrigues, a Beija-Flor de Nilópolis quer fazer uma provocação e uma convocação. E para isso, a escola vai abusar do azul e do dourado, as cores da realeza.
A provocação, segundo Louzada, é trocar o 7 de setembro de 1822, data oficial da Independência do Brasil, pelo 2 de julho de 1823, dia da Independência da Bahia. Ali se comemora a vitória de negros, índios, caboclos e mulheres sobre as forças coloniais, com a expulsão dos portugueses de Salvador.
"Até o 2 de julho, a Independência tinha sido na verdade uma troca de mãos da coroa. Saiu do rei de Portugal para o imperador D. Pedro. Mas o povo de verdade só veio a festejar e sentir os efeitos dessa independência um ano e quatro meses depois do Grito do Ipiranga. E mesmo assim, até hoje ainda não tem protagonismo lembrado nesse momento tão importante da nossa história", disse Louzada.
Enredo e Samba: Beija-Flor canta os excluídos do grito da Independência
LEIA MAIS:
Veja a letra do samba e cante junto
Carnavalesco diz que enredo é profético
Beija-Flor vai usar muito dourado e azul, cores da realeza, para fazer do desfile um monumento ao povo
Alba Valéria Mendonça/g1 Rio
FICHA:
Enredo: "Brava gente! O grito dos excluídos no bicentenário da Independência"
Presidente de Honra: Aniz Abrahão David
Presidente: Almir Reis
Carnavalescos: Alexandre Louzada e André Rodrigues
Diretor de Carnaval: Dudu Azevedo
Mestres de Bateria: Rodney e Plínio
Rainha de Bateria: Lorena Raissa
Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Claudinho e Selminha Sorriso
Comissão de Frente: Jorge Teixeira e Saulo Finelon
Samba de autoria de Léo do Piso, Beto Nega, Manolo, Diego Oliveira, Julio Assis e Diogo Rosa
Intérpretes: Neguinho da Beija-Flor e Ludmilla
Seleção do Samba: Beija-Flor
Unidos do Viradouro
A saga de Rosa Maria Egipcíaca, da tribo Courana, na África para o Rio, escravizada aos 6 anos de idade, no século 18, daria um livro. E foi isso que ela fez: foi a primeira mulher negra do país a escrever um livro no país, onde contou seu suplício. Se em vida ela sofreu todo tipo de privação, no Sambódromo ela vai ser coroada pela Unidos do Viradouro por seu pioneirismo, força e resiliência.
A escravizada que foi considerada bruxa pela Inquisição, mas aclamada pelo povo como santa, vai ter sua história contada no enredo "Rosa Maria Egipcíaca", do carnavalesco Tarcísio Zanon.
Diferentemente do que se pode imaginar, Tarcísio garante que não se trata de um enredo triste. Mas que mostra a força e a resiliência de uma mulher, negra, pioneira, que sofreu, mas não desistiu de sua missão. O enredo, embora trate de uma personagem do século 18, trata de temas bem atuais, como a militância das mulheres negras.
"A história de Rosa motiva muitas outras mulheres, diante de questões atuais bem difíceis, como a negação do protagonismo feminino preto. Atualmente, existem novas Rosas por aí, que insistem em brotar nesse solo árido que é o cotidiano", disse Tarcísio.
Viradouro é tema do "Enredo e Samba"
LEIA MAIS:
Veja a letra do samba e cante junto
Barreto vai erguer altar para coroar Rosa Maria Egipcíaca
Viradouro vai contar a saga de Rosa Maria Egipcíaca, a santa não reconhecida pela Igreja, mas aclamada pelo povo
Alba Valeria Mendonça/g1 Rio
FICHA:
Enredo: “Rosa Maria Egipcíaca”
Presidentes de Honra: José Carlos Monassa (in memoriam) e Marcelo Calil Petrus
Presidente: Marcelo Calil Petrus Filho
Carnavalesco: Tarcísio Zanon
Diretores de Carnaval: Alex Fab e Dudu Falcão
Mestre de Bateria: Ciça
Rainha de Bateria: Erika Januza
Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Julinho e Rute
Comissão de Frente: Rodrigo Negri e Priscilla Mota
Samba de autoria de Cláudio Mattos, Dan Passos, Marco Moreno, Victor Rangel, Lucas Neves, Deco, Thiago Meiners, El Toro, Luis Anderson e Jefferson Oliveira
Intérprete: Zé Paulo Sierra
Seleção do Samba: Viradouro
Fonte: G1