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Público compareceu em peso ao ensaio técnico deste domingo (29). Escolas homenageiam os estado nordestinos de Pernambuco e Bahia em seus enredo. No ensaio técnico na Sapucaí, bateria da Mangueira faz homenagem aos 30 anos da TimbaladaReprodução/TV GloboNo domingo (29), durante os ensaios técnicos no Sambódromo, no Centro do Rio, as escolas Mocidade Independente de Padre Miguel e Estação Primeira de Mangueira fizeram homenagens a dois estados nordestinos: Pernambuco e Bahia. Nas redes sociais, as escolas convidaram para uma noite na "Pernambahia", uma referência aos enredos que vão falar sobre os dois estados. E o público compareceu em peso à Sapucaí, como a produtora cultural Tereza Caldas."Eu vim pela cultura, pelo país, pelo renascimento desse carnaval maravilhoso que a gente estava sentindo falta", disse espectadora.A primeira a passar pela avenida foi a Mocidade. A escola vai falar sobre o legado dos artistas do Alto do Moura, discípulos de Mestre Vitalino. Nascido em Pernambuco, Vitalino foi um dos maiores artistas que trabalhou com barro, na história do Brasil.A bateria Não Existe Mais Quente elevou ainda mais a temperatura no Sambódromo, como destacou o mestre Dudu."Essa bateria vai vir com a chama no braseiro, a cem por hora", afirmou o mestre de bateria da Mocidade. A rainha de bateria Giovana Angélica, que no ano passado raspou o cabelo junto com os ritmistas, este ano vai representar a raiz do Nordeste."Acho que chego ao extremo, às vezes. No ano passado fiz a raspagem do cabelo junto com a bateria, foi um momento muito importante para acrescentar e agregar esse valor à comunidade. Acho que ela merece todo esse respeito, amor e carinho", disse Giovana.Terceira escola a desfilar no domingo de carnaval (19 de fevereiro), a Mocidade teve várias estreias em 2023. Uma delas, no carro de som, com o intérprete Nino do Milênio."A Mocidade está me dando essa oportunidade. E é responsa, né? O povo de Padre Miguel é muito exigente, mas acho que estou seguindo direitinho", disse o intérprete. Mesmo sendo somente um ensaio técnico, o público mostrou disposição para enfrentar a chuva e conseguir um lugar privilegiado nas frisas e ver as escolas bem de perto. A aposentada Edna Belo e o técnico de enfermagem William Dutra chegaram cedo e pegaram chuva, mas não arredaram o pé do Sambódromo."Vale tudo para ver a escola do meu coração", disse a mangueirense Edna.A Mangueira foi a segunda a passar pela avenida. O enredo vai falar sobre "As Áfricas que a Bahia canta", uma viagem pelos cortejos afros da Bahia. E foi difícil ficar parado, com um samba que já está na boca do povo.A verde e rosa vai encerrar a noite de domingo de carnaval (19 de fevereiro). E para o carnaval de 2023, a Mangueira apostou na renovaçãoUm dos destaques é a dupla de carnavalescos, Guilherme Estevão e Annik Salmon. Até o ano passado eles estavam na Série Ouro."O enredo é um resgate muito forte do DNA mangueirense, com muita musicalidade, com a força da negritude, com a força do feminino da Mangueira. E essa baianidade que está no DNA. Então, hoje é um dia de muita alegria. A gente espera que a Mangueira consiga explodir na avenida, que é o que a gente espera no desfile também", disse Estevão.E Annik complementou:"O ensaio é o termômetro de como a galera vai reagir. A Mangueira faz muitos ensaios, então, todo ensaio é válido", disse a carnavalesca.Para puxar o samba, um encontro de gerações, com Marquinhos Art'Samba compartilhando sua experiência com o Dowglas Diniz."O ensaio é sempre o último ajuste aqui na Sapucaí. Com a Bahia chegando Art'Samba.Dowglas falou da importância de dividir o carro de som com Art'Samba."É muito importante e também é uma cobrança muito grande estar representando essa comunidade maravilhosa, comunidade onde nasci e sou criado que é o Morro da Mangueira. E estar cantando ao lado desse cara que tem muita história nessa avenida, para mim que é como um pai, é muito gratificante esse momento aqui na Mangueira", disse Dowglas.A bateria fez uma homenagem aos 30 anos da Timbalada. Os ritmistas estavam com pinturas espalhadas pelo corpo e no rosto, destacado pela rainha de bateria Evelyn Bastos."É um enredo preto, um enredo afro e a gente tem de trazer essa essência junto com a gente, porque o samba é uma cultura preta brasileira. E a gente tem de valorizar isso", disse Evelyn.Foi só um ensaio técnico, mas estava com cara e empolgação de desfile oficial.