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Política

Viana quer fazer 'oposição inteligente', mas pode votar com o governo Lula


 

“Pretendo fazer uma oposição inteligente. (Mas), os pontos importantes para o crescimento do Brasil serão respeitados. Por exemplo: reforma tributária. O pais precisa fazer uma reorganização do sistema tributário”, disse Viana.

 

“Esta não é uma bandeira ideológica e muito menos partidária. Esta é uma bandeira de estado. Nós temos que colaborar para que o país tenha mais igualdade e mais equilíbrio no pagamento na nossa arrecadação (de impostos)”, afirmou o senador, que, nesta quinta-feira, concedeu uma palestra para empresários em Montes Claros, promovida pelo “Clube da Permuta”.

 

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Viana salientou que existem outras pautas, propostas pelo atual governo, das quais se posiciona de forma contrária, como a da Proposta de Emenda à Constituição que elevou o teto de gastos, a chamada “PEC da Transição”.

 

“A PEC aumenta os gastos sem controle e sem planejamento. Não podemos ser irresponsáveis e votar a favor (da proposta). O pais está se recuperando com muitas dificuldades de um período prolongado de crises. Não é hora de retroceder ou cometer os mesmos erros do passado”, observou.

 

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O senador do PL disse que seu objetivo é trabalhar “a favor do Brasil”. “Se os projetos (do governo Lula) se mostrarem importantes para o desenvolvimento do país, para tornar o país mais igual, vou votar a favor.  Não torço contra o Brasil. Torço para que as coisas funcionem”, assegurou.

 

“Agora, a minha voz será levantada toda vez que eu perceber que nós estamos retrocedendo ou colocando em risco todo trabalho que nós já fizemos”, lembrou Viana.

 

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Ele aproveitou para ressaltar as ações positivas da gestão anterior. “Pode-se dizer o que quiser do governo Bolsonaro, mas economicamente o Brasil avançou. E avançou muito na questão dos números, no controle da inflação, na queda do desemprego e superávit da balança comercial”, destacou.

 

Ainda segundo o senador mineiro, “o governo do PT está recebendo um país totalmente equilibrado. Não é verdade que o Brasil está quebrado, que o Brasil está endividado. A relação da dívida/PIB (Produto Interno Bruto) do país é uma das menores das últimas décadas”.

 

Governo 'perdido'

 

Carlos Viana afirmou que o presidente Lula ainda não apontou qual será o direcionamento do seu governo. “Não sabemos quem é o presidente Lula que chegou ao poder em 2023. Ora é um discurso de sindicalista, ora é o discurso de um homem que entende a posição e a importância da Presidência da República”, disse.

 

“Ao meu ver, eles (os integrantes do atual governo) ainda estão totalmente perdidos em relação à política econômica e, especialmente, à política de planejamento para o país nos próximos quatro anos. É claro que (a gestão petista) começou agora em janeiro, tem poucos dias, e a maquina é muito grande. Mas, há decisões que precisam ser tomadas”, ponderou.

 

Segundo ele, “o Parlamento está disponível para a gente avançar em pautas positivas, mas nenhuma delas foi sinalizada ainda”. Entre as pautas a serem tratadas,  citou as privatizações e a politica de concessões públicas.

 

Campanha para Rogério Marinho

 

Carlos Viana assegurou que está empenhado na campanha do senador eleito Rogério Marinho (RN), seu colega do PL, que vai disputar a presidência do Senado contra Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que concorrerà à reeleição, na próxima quarta-feira (1/2), quando serão empossados os novos parlamentares que conquistaram mandatos em outubro de 2022.

 

“Nós estamos trabalhando muito para a eleição do Rogério Marinho, que é do meu partido. Eu entendo que é hora do Senado ter altivez e buscar equilíbrio entre os poderes, com responsabilidade e, principalmente, com diálogo”, afirmou Viana.

 

Congresso e Senado 'acorvardados'

 

Sem citar nominalmente Rodrigo Pacheco, Carlos Viana fez críticas veladas à postura do atual comandante do Senado em relação às prisões de pessoas suspeitas de participação nos atos violentos de 8 de janeiro. Ele chegou a afirmar que o Congresso e o Senado “estão acovardados” diante de eventuais excessos nas prisões dos bolsonaristas envolvidos nos ataques aos prédios públicos na Capital Federal.

 

“Nós temos que corrigir o que aconteceu nos últimos meses em que as respostas do estado não foram boas respostas (em relação) ao que aconteceu. Nós não queremos quebradeira, não queremos bagunça nem baderna. Mas também não queremos um juiz da Suprema Corte que prenda mulheres que estão amamentando, que prende idosas de 80 anos, que prenda criança. Eles não fizeram isso nem com estupradores e assaltantes. Por que fizeram isso com manifestantes?”, questionou.

 

“(Há) pessoas que foram presas a centenas de quilômetros do local (dos atos) e que nunca participaram de nenhuma quebradeira. Essas pessoas foram para a cadeia. Valeu muito o ditado: aos amigos tudo, aos inimigos a lei. Isso torna a gente pequena”, relatou o senador Carlos Viana.

 

Segundo ele, “a própria oposição, hoje, concorda que houve excesso”. “Então, é o parlamento... somos nós que temos que sentar e discutir as mudanças que temos que fazer para buscar o reequilíbrio entre os poderes. O Congresso e o Senado, hoje, a meu ver, estão acovardados. O Senado não tem dado as respostas que a população precisa”.


Estadão

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