G1
Escolinha de Praia Grande pintou rosto do jogador, que foi condenado pela justiça italiana pelo crime de violência sexual. Rosto de Robinho é apagado de escolinha de futebol Meninos da Vila em Praia Grande, SPReproduçãoO rosto do ex-jogador Robinho foi apagado do muro de uma escolinha de futebol em Praia Grande, após ter sido pichado com diversas ofensas. Robinho foi condenado pela justiça italiana a nove anos de prisão pelo crime de violência sexual.A fachada da Escola Meninos da Vila foi decorada com o rosto de diversos jogadores famosos há cerca de três anos. Há pouco mais de um mês, a imagem do ex-jogador Robinho amanheceu vandalizada. Sobre ela foram pichados os termos "estuprador", "safado" e "covarde".A escolinha afirmou repudiar o vandalismo e, na terça-feira (15), apagou o rosto de Robinho e os xingamentos. Ao g1, a escola afirmou que ainda não planeja recriar a imagem de nenhum jogador no lugar de onde estava o rosto de Robinho.Imagem do Robinho em muro de escola de futebol foi pichada com termos como "safado" e "covarde"ReproduçãoVandalismo"Expressar opiniões alheias e realizar protestos é totalmente aceitável, assim como debater dentro da unidade sobre a [manutenção da] imagem do jogador. Vandalizar a unidade é algo que nos ataca. Não temos culpa de nada em relação ao que ele [Robinho] fez, nem manifestamos apoio às atitudes dele. Que a justiça seja feita", disse um profissional da escolinha, que não quis se identificar.O crime pelo qual Robinho foi condenado aconteceu em 2013, quando atuava pelo Milan, clube com sede em Milão, na Itália. Nove anos depois, em 2022, a Justiça daquele país condenou em última instância o ex-jogador e um amigo dele.Ex-jogador de futebol RobinhoDivulgação / Atlético-MGO casoRobinho e um amigo dele foram condenados a cumprir nove anos de prisão pelo crime de violência sexual. Os dois foram relacionados ao artigo “609 bis” do código penal italiano, que fala sobre a participação de duas ou mais pessoas reunidas para o ato de violência sexual – forçando alguém a manter relações sexuais pela condição de inferioridade “física ou psíquica”.Além dos noves anos de reclusão confirmados, Robinho também terá de pagar uma indenização de 60 mil euros à vítima, o equivalente a mais de R$ 300 mil.No começo de outubro, o Ministério da Justiça da Itália encaminhou ao Brasil um pedido de extradição do ex-atacante Robinho. O pedido havia sido feito pelo Ministério Público de Milão em fevereiro, mas depois foi enviado oficialmente às autoridades brasileiras.Sobre o pedido de extradição, dois especialistas afirmaram ao g1 que Robinho não pode ser extraditado, pois a Constituição Federal e a Lei de Migração proíbem a extradição de brasileiro nato.Robinho foi condenado em última instância pela Justiça Italiana pelo crime de violência sexualDivulgação“A extradição é o processo pelo qual um país solicita e obtém de outro a entrega de uma pessoa condenada ou suspeita da prática de uma infração criminal”, explicou o advogado criminalista e professor de Direito Penal da UniSantos, Matheus Cury. Porém, segundo ele, o governo italiano pode pedir ao governo brasileiro para que o jogador cumpra a pena no Brasil.O especialista em processo penal Leonardo Pantaleão concorda que a possibilidade do Brasil aceitar o pedido de extradição está 'completamente afastada'. Porém, ele afirma que Robinho não está imune de cumprir a pena de nove anos de prisão.Segundo o advogado, a ordem de prisão de Robinho já está na Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) e, caso o condenado saia do país, ele perde a proteção jurídica que a Constituição lhe confere.VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos