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Roberto Jefferson diz, em depoimento, que deu mais de 50 tiros de fuzil contra policiais federais


A Polícia Federal indiciou o ex-deputado por quatro tentativas de homicídio no ataque a policiais. Roberto Jefferson diz, em depoimento, que deu mais de 50 tiros de fuzil contra policiais federais

O ex-deputado Roberto Jefferson foi transferido na noite desta segunda-feira (24) para o presídio de Bangu, na zona oeste do Rio. Em depoimentos obtidos pelos repórteres Arthur Stábile e Camila Bomfim, policiais federais acusaram o ex-deputado de tê-los atacado com armamento pesado.

Em depoimentos à Polícia Federal, os policiais relataram como foram recebidos na casa de Roberto Jefferson. A agente Karina Lino Miranda de Oliveira disse que Roberto Jefferson apareceu em ponto alto da casa logo falando: "Vocês não vão me levar, eu não vou com vocês."

Especialistas criticam operação que terminou com a prisão de Roberto Jefferson

"Que o delgado Marcelo Vilela, com toda tranquilidade, disse que estavam lá cumprindo uma ordem expedida pelo ministro Alexandre de Moraes e que queria cumprir a decisão de forma mais pacífica possível."

"Que Roberto Jefferson, então, levantou a mão, mostrou a granada, tirou o pino e ficou com ela na mão."

"Que ele disse que iria jogar dizendo que vocês estão juntinhos aí vão machucar."

“Que segundos depois ele jogou em direção a viatura da Polícia Federal."

"Que foi Roberto Jefferson quem iniciou a agressão à equipe que fazia o cumprimento da medida judicial."

"Que neste momento, os três policiais que estavam do lado de fora correram para se abrigar, que escutou roberto jefferson jogar a granada"

"Que logo depois ele começou a atirar."

"Que no momento que estava quase se abrigando começou a sentir alguma coisa na cabeça."

"Que logo depois que abrigou escutou mais duas granadas e tiros."

Ela acrescenta que só depois "o policial federal Daniel disparou com a arma da depoente revidando a agressão injusta recebida."

Karina ressalta que em nenhum momento Roberto Jefferson quis conversa. Karina é a agente ferida na ação. Ela teve ferimentos na testa, no braço e na perna.

O laudo da perícia mostra que ela ainda tem fragmentos de metal alojados nos quadris.

O delegado Marcelo Vilella, responsável pela operação, também contou em depoimento como foi o momento em que se feriu. Ele disse que em determinado momento sentiu o sangue descer de sua cabeça; que a quantidade de sangue era muito grande, atrapalhando a visão do olho direito.

Disse ainda que os indícios não deixam dúvidas de que Roberto Jefferson aguardava a Polícia Federal e agiu de forma premeditada e com intenção de matar os policiais e que se recorda de ao menos três explosões de granada e muitos tiros.

Roberto Jefferson também deu depoimento e confirma o ataque aos policiais federais com granadas e tiros. Ele diz que olhou pela câmera de segurança e viu a equipe da Polícia Federal de pistola e sem colete. Disse também que a Polícia Federal não teria a menor condição de tirá-lo da residência.

Ele conta que então pegou uma granada e disse que não iria se render, que era para ir embora. Disse que recebeu tiro do policial mais velho e magro que pulou o portão da sua casa.

Roberto Jefferson alega que não atirou em nenhum policial federal para machucar, mas admitiu que deu mais de 50 tiros de fuzil calibre 556. As fotos do carro da polícia federal comprovam a violência do ataque.

Roberto Jefferson confessou ainda que jogou três granadas contra os policiais federais. Ele diz que "uma foi na frente da viatura da Polícia Federal, uma atrás da viatura quando os policiais saíram e uma dentro da casa para assustar o policial que estava dentro da residência". Vídeos gravados por ele mostram o carro da polícia com o para-brisa perfurado.

Os policiais desmentem a versão do ex-deputado de que teriam atirado primeiro. Contam que receberam ataque pesado de Roberto Jefferson com granadas e tiros de fuzil e só então reagiram

O policial federal Daniel Queiroz Mendes da Costa disse que Roberto Jefferson iniciou a agressão contra o cumprimento da decisão judicial, que houve muito tiro de fuzil na viatura e que Roberto Jefferson lançou granadas.

Depois, os policiais efetuaram disparos contra Roberto Jefferson visando cessar a violência. Ele disse que a policial Karina começou a gritar: “policial ferido”, que viu a policial com um ferimento na cabeça. Voltou e ficou atirando contra Roberto Jefferson quando ouviu o delegado federal Marcelo dizer que também estava ferido.

Por volta das 15h30 chegou o reforço de uma equipe da Polícia Federal especializada em situações de risco. Mesmo assim, os policiais ficaram do lado de fora do portão e a negociação se estendeu ao longo de toda a tarde.

A ordem de prisão original contra Roberto Jefferson veio no âmbito do inquérito das milícias digitais. Por organização criminosa que teria agido contra o estado democrático de direito.

A denúncia oferecida pela Procuradoria-geral da República foi aceita pelo plenário do STF e, desde junho, Roberto Jefferson é réu nesse processo.

Antes disso, o ministro Alexandre de Moraes já tinha concedido a prisão domiciliar no início do ano atendendo um pedido da defesa que alegou problemas de saúde.

A decisão ainda destacou que ele conhecia entrevistas e se reunia com dirigentes partidários. Além dos recentes ataques de Roberto Jefferson à ministra do STF, Carmén lúcia, com xingamentos do mais baixo nível.

O advogado Celso Campilongo, diretor da Faculdade de Direito da USP, afirma que o ex-deputado descumpriu repetidas vezes as restrições impostas para prisão domiciliar.

“Ele é um prisioneiro. Ele está em casa, mas preso. Tudo o que a decisão impunha como restrição e condição da prisão domiciliar, ele desrespeitou. A decisão falava expressamente em não participar de atividades nas redes sociais, participou. A decisão falava expressamente não conduzir reuniões partidárias, conduziu. A decisão falava expressamente não oferecer entrevistas à mídia, concedeu”, afirma.

Neste domingo (23), no início da noite, o ministro Alexandre de Moraes proferiu uma nova decisão, em que afirmava: “há notícias, ainda, de que o Ministro da Justiça está a caminho da residência do denunciado, para uma suposta negociação de sua rendição e efetivo cumprimento da ordem de prisão”.

A decisão determinou que a prisão fosse feita "independentemente do horário" acrescentando que "a intervenção de qualquer autoridade em sentido contrário para retardar ou deixar de praticar indevidamente o ato será considerado delito de prevaricação".

Roberto jefferson se entregou às 19h oito horas depois da chegada dos primeiros policiais ao portão da casa dele. Um vídeo mostra a negociação para a rendição, entre Roberto Jefferson e o policial federal Vinícius de Moura Secundo, do grupo de pronta intervenção da PF. Especialistas estranharam o comportamento do policial federal.

Roberto Jefferson se entregou às 19h, oito horas depois da chegada dos primeiros policiais ao portão da casa dele. Um vídeo mostra a negociação para a rendição, entre Roberto Jefferson e o policial federal Vinícius de Moura, do grupo de pronta intervenção da PF. Especialistas estranharam o comportamento do policial federal.

Policial: “é a ordem que eu tenho. Prioridade zero um. A equipe está aqui para isso, o que o senhor precisar a gente vai fazer”

Roberto Jefferson: “eu não atirei neles”

Roberto Jefferson mente ao dizer que não atirou. Em outro momento, o policial chega a rir quando o ex-deputado diz que a granada que atirou era de efeito moral.

Roberto Jefferson: “era de efeito moral”

Policial: “ah, por isso eles tossiram”

No depoimento, o negociador da PF, Vinicius Secundo fala da conduta dele ao longo da negociação, diz que chegou ao local por volta das 14h, que no primeiro momento, Jefferson, muito nervoso, dizia que só sairia morto, que não se entregaria e iria resistir e que ele foi oscilando de humor e ficando mais calmo e receptivo a negociação, que ligava para o advogado e dizia para preparar o cemitério, que em determinado momento padre Kelmon e um pastor furaram o bloqueio e ingressaram na residência.

Vinicius diz que entrou desarmado na residência para negociar e se deparou com um cenário relativamente calmo, que tinha conhecimento que na casa tinha mais armamento munição do que foi entregue, razão pela qual optou por negociar a rendição sem confronto. Concluiu que a negociação foi bem-sucedida porque não houve mais feridos.

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