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Cidades do Alto Tietê criam mecanismos para estimular a sustentabilidade em construções


Guararema, Mogi das Cruzes, Poá, e Suzano são alguns dos municípios da região que oferecem incentivos para obras sustentáveis. Cidades do Alto Tietê criam mecanismos para estimular construções sustentáveis

De olho em um crescimento sustentável, algumas cidades do Alto Tietê criaram alguns mecanismos para estimular “os projetos verdes”.

Uma edificação sustentável começa com a escolha dos materiais. Tudo aqui é pré-moldado. A escola que fica no Centro de Suzano é responsável pela própria energia.

Lá no teto foram instaladas 90 placas solares. Nos 3.500 metros quadrados de construção as áreas abertas foram pensadas e planejadas para garantir luz natural durante a maior parte do dia.

Nas torneiras, limitadores de tempo. E o reservatório de captação de água da chuva está interligado a uma estrutura de reaproveitamento desse bem tão precioso.

“A parte financeira é um atrativo sim. É claro que quando a gente fala da outorga onerosa, do valor que é cobrado por essa taxa de ocupação talvez maior, você coloca em prática no investimento de placas fotovoltaica, no investimento de viga calha, de recolher toda a água de chuva e guardar num depósito, isso realmente, na hora da conta inicial, pode ser que fique mais caro, mas a gente sabe que é um investimento futuro. Fica nítido nas nossas contas de energia a redução já de quase metade da conta, por causa da fotovoltaica, também o consumo de água também foi reduzido com a gente utilizando as águas pluviais para a limpeza dos espaços que podem ser usados para limpeza com água de chuva. Então, realmente o retorno ao médio e longo prazo é muito positivo”, disse Nazih Franciss, mantenedor do colégio.

Placas fotovoltaicas são utilizadas por escola de Suzano que optou pela sustentabilidade

TV Diário/Reprodução

Por causa dessas iniciativas, o colégio conseguiu desconto em uma taxa da prefeitura de Suzano. É que o poder público municipal incentiva os empreendimentos que fazem uso de técnicas construtivas sustentáveis. Esses locais podem atingir o coeficiente de aproveitamento máximo previsto na legislação sem ter que pagar a outorga onerosa do direito de construir.

“A gente priorizou essa questão do meio ambiente, da sustentabilidade e ter essa lei municipal também que nos ajudou de isentar a outorga da taxa de ocupação do prédio, dando essa contrapartida na sustentabilidade, fotovoltaica, reutilização de águas de chuva, também cedendo um espaço da rua para um recuo de dois metros para a circulação de público. Tudo isso ajuda não só na questão financeira, mas também na questão da conscientização e da prática da sustentabilidade na instituição de ensino”, explicou Franciss.

Além de Suzano, algumas cidades da região também oferecem incentivos para obras sustentáveis. Poá tem o projeto "Selo Verde", que auxilia o cumprimento das certificações de qualidade e meio ambiente da Organização Internacional de Padronização (ISO).

Guararema possui o programa Obra Ecológica, que serve como alternativa para incentivar a adoção de práticas mais eficientes na construção civil. Em janeiro deste ano, foi aprovado pela Câmara de Mogi das Cruzes o programa IPTU Verde, que autoriza a concessão de desconto no IPTU para o uso de tecnologias ambientais sustentáveis nas construções.

Em Mogi das Cruzes, uma associação sem fins lucrativos faz um trabalho de conscientização não só com profissionais da área de construção, mas também com clientes. Esse é o colégio de arquitetos, criado há 14 anos e pensando justamente no futuro e na sustentabilidade do segmento.

“Daqui para frente nós teremos muitas construções na região. É claro que projeto, obra, eles são agentes que mexem com o meio ambiente, que mexe com os nossos recursos naturais. Conscientizar profissionais e conscientizar também os proprietários da necessidade de se fazer obras que tenham cunha de sustentabilidade e ecoeficiência é importantíssimo”, comentou o arquiteto e urbanista Paulo Pinhal.

A sustentabilidade também envolve questões econômicas. Num primeiro momento, o gasto com esse tipo de obra acaba sendo maior, a recompensa vem só lá no futuro e nem todo mundo tem consciência ambiental ou até grana para bancar um projeto com esse perfil.

“O arquiteto que tem um pensamento sustentável, quando ele senta num computador ou papel para desenvolver qualquer projeto, ele pensa como que esta obra depois de construída ela será deconstruída. Então, ele pensa, por exemplo: "daqui a 50 anos, como que vai ser feita a deconstrução? Quanto de resíduo essa obra vai gerar?". Se o arquiteto tiver esse tipo de pensamento, pode ter certeza que os materiais que ele vai aplicar, que ele vai colocar no projeto, eles serão sustentáveis. No caso, por exemplo, se for mármore, se for o aço, uma coisa que o cliente acha muito caro quando eu faço o projeto e coloco aço lá estrutura metálica: "não, mas vai ficar caro". No futuro, essa estrutura metálica ela pode ser reutilizada do jeito que ela é, na hora da deconstrução, ou ela pode, na pior das hipóteses, ser derretida e ser colocada num novo material. Isso significa que nós não estamos agredindo mais do que já agredimos a natureza”, finalizou Pinhal.

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