Até então, o que ficou definido foi que Bolsonaro não irá a mais nenhum debate no primeiro turno. A equipe vai avaliar, ainda, se o presidente concederá entrevistas a emissoras. A preferência é que ele compareça apenas em podcasts de grande audiência e pouco confronto. Para o QG de Bolsonaro, sua participação no debate teve, em sua maioria, aspectos negativos. O objetivo central, de virar votos de indecisos e do eleitorado feminino, não foi conquistado pelo presidente, de acordo com a sua ala política. No entanto, Bolsonaro conseguiu atacar Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em temas sobre a corrupção, sendo este, um dos pontos positivos do presidente no debate.
Porém, o ataque do candidato do PL às mulheres e, em específico, à jornalista e apresentadora do Roda Viva, da TV Cultura, Vera Magalhães, fez com que o feminismo e pautas relacionadas ao eleitorado feminino fossem tema central de grande parte do debate. Bolsonaro não conseguiu se destacar neste quesito. Ainda, as duas candidatas à presidência, Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil), se uniram no debate para defender as pautas femininas e criticar a postura de Bolsonaro em relação às mulheres. O uso reiterado do termo "mimimi" para se contrapor às acusações de machismo e misoginia, foi considerado negativo para a campanha do presidente, que ressaltou que a ação impede a busca de votos do eleitorado feminino.
Além disso, a ala política de Bolsonaro considera que esse lado mais exaltado do candidato pode tirar votos dos mais pobres, público que avalia como ruim/péssimo sua condução durante a pandemia, mas que, aos poucos, com a ajuda do Auxílio Brasil, ele vem reconquistando.
Estadão