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Municípios suspendem vacinação contra Covid para crianças de 3 e 4 anos por falta de doses

Por Jr Blitz 15/08/2022 às 22:36:33
No Rio de Janeiro, a vacinação foi interrompida porque, segundo a Secretaria de Saúde, só chegaram 40 mil das 200 mil doses esperadas de CoronaVac. Municípios suspendem vacinação contra Covid para crianças de 3 e 4 anos por falta de doses

Um mês depois de autorizada a vacinação contra a Covid para crianças de três a quatro anos, prefeituras estão suspendendo aplicação por falta de doses.

Na cidade de São Paulo, só crianças de três e quatro anos com comorbidades, deficiências ou indígenas podem tomar a vacina contra a Covid, porque não há doses para todos. A CoronaVac é o único imunizante autorizado pela Anvisa para essa faixa etária. Lorena, de 3 anos, só tomou a vacina porque pegou a xepa no fim do dia, que são as doses que sobram no frasco.

“Ela já vai estar protegida do vírus, então se der é mais fraco”, diz a cozinheira Roberta Lira

No Rio de Janeiro, a vacinação foi interrompida porque, segundo a Secretaria de Saúde, só chegaram 40 mil das 200 mil doses esperadas de CoronaVac. No Distrito Federal e em 11 municípios do Rio Grande do Norte, os postos também pararam de aplicar a primeira dose.

Números do Ministério da Saúde mostram que, até agora, 288 mil crianças de três e quatro anos tomaram a primeira dose e menos de 4 mil receberam as duas doses no país.

A demora no avanço da vacinação expõe as crianças a um risco que poderia ser evitado, dizem os especialistas que monitoram a pandemia. Embora a Covid seja, em geral, menos grave nessa faixa de idade, ela não deixa de ser perigosa.

Um estudo mostra que, em 2021, a chance de uma criança entre três e quatro anos ser internada por doença respiratória no Brasil aumentou quase cinco vezes em comparação com 2019, antes da pandemia.

O artigo publicado na revista científica The Lancet para as Américas indica ainda que, no país, mais de 4,4 mil crianças dessa idade foram internadas com Covid desde o início da pandemia até o começo de junho de 2022; 144 morreram.

“A vacinação é uma peça-chave para a gente prevenir essas mortes, essas sequelas, a Covid longa, e a gente tem um imunizante que é seguro, que é eficaz, que é disponível, que é gratuito e a gente precisa fazer chegar às vacinas nesse grupo etário”, explica a epidemiologista Alexandra Boing, do Observatório Covid-19 Brasil.

Ainda segundo o estudo, faltam pelo menos 7 milhões de doses para imunizar as crianças de três e quatro anos com as duas doses.

Nesta segunda (15), o Instituto Butantan informou que o Ministério da Saúde comprou mais 1 milhão de doses da CoronaVac. Elas serão entregues até meados de setembro.

“O ministério não está correndo atrás para planejar, adquirir e ter essas vacinas na base para organizar uma proteção efetiva dessas crianças”, aponta a professora da USP Lorena Barberia, do Observatório Covid-19 Brasil.

A professora Tatiane Carneiro Coimbra, que mora em Minas, chegou a fazer abaixo-assinado pela liberação da vacina para as crianças. Ela conseguiu a primeira dose para a filha, que tem uma doença respiratória, mas lamenta que a menina seja uma exceção.

“Hoje todas as crianças nessa faixa etária já poderiam estar completando o esquema vacinal de duas doses da vacina”, afirma Tatiane.

O Ministério da Saúde informou que tem realocado as doses dos municípios que têm a CoronaVac para aqueles que estão sem a vacina e que vai adquirir as doses necessárias para imunizar todas as crianças de três e quatro anos.

Fonte: G1

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