Caminhos da Reportagem explora o universo do colecionismo - TV Brasil
Já o colecionador de estátuas e jogos Welliton Fernandes, acredita que o que leva as pessoas a colecionarem é a satisfação que os objetos proporcionam. “É o prazer que aquilo te dá de pesquisar, de encontrar, o valor que aquilo tem pra você”.
Com mais de 300 peças colecionáveis entre super-heróis e personagens de séries, ele tem orgulho de suas aquisições e faz um alerta para os colecionadores mais compulsivos: “Sempre vai ter alguém querendo ganhar muito dinheiro em cima de quem não tem muito conhecimento do mercado”. E acrescenta que “o limite tem que ser aquilo que não cause prejuízo para você e para outros aspectos da sua vida”.
Marijara Queiroz, professora de museologia da Universidade de Brasília, diz que na perspectiva pessoal não há muita diferença entre colecionar e acumular. “Todo colecionador é de certa forma um acumulador, mas nem todo acumulador é necessariamente um colecionador. O que diferencia é exatamente essa lógica classificatória, que em geral os colecionadores têm e o acumulador não”.
Para o colecionador de TVs antigas Alceu Massini, para fazer uma coleção é preciso ter “tempo disponível e espaço para guardá-la”. E brinca: “Porque não adianta você empilhar tudo ou colocar sua mulher para fora de casa para pôr televisor lá em cima da cama e outras coisas mais”.
Alceu Massini é um apaixonado por TV antigas
Identificar, catalogar, organizar, categorizar os objetos de desejo. Esses são alguns dos caminhos trilhados pelos colecionadores. A artista plástica Betty Bettiol, apaixonada por arte, levou anos coletando raridades. “Foi uma aventura de uns 20 anos colhendo todo esse material rico da arte popular brasileira. O Brasil é maravilhoso! O povo simples, que produz, que fabrica obras de arte incríveis”.
As obras de seu acervo estão catalogadas no livro “Arte Brasileira na Coleção Bettiol”, que reúne peças que expressam a alma e a cultura brasileira. Trabalhos de Tomie Ohtake, azulejos de Athos Bulcão, esculturas de Alfredo Ceschiatti, mobiliário de Sérgio Rodrigues, xilogravuras de J. Borges, bonecas de barro de Dona Isabel e muitas outras peças. Sobre a sua vasta coleção, Bettiol ainda aspira outras realizações para a capital do país. “Quem sabe no futuro, se eu tiver tempo ainda de vida, a gente possa dar para a cidade um Museu de Arte Popular Brasileira?”
A artista plástica Betty Bettiol coleciona obras de arte brasileiras
Uma outra paixão fez com que os caminhos do colecionador Davi Doca e do empresário e vendedor de discos Bruno Prieto se cruzassem. Foi o gosto por vinis. Para Prieto, os LPs se tornaram um produto mais alternativo. “São 103 fábricas no mundo. O vinil voltou com força total nos últimos 10 anos. No Brasil temos duas fábricas, uma no Rio de Janeiro e outra em São Paulo, ambas com agenda para produzir vinil até junho de 2023”, esclarece.
Para Davi Doca, os vinis sempre tiveram uma importância afetiva. Ele conta como é escutar as obras musicais garimpadas ao longo dos anos. “O LP é diferente, né? Ele tem um som próprio quando você ouve numa boa pickup. É delicioso ouvir um bom disco, numa boa pickup”. Doca diz que já perdeu as contas de quantos vinis comprou e calcula que já tenha passado há tempos dos 25 mil LPs. E exibe com orgulho uma de suas raridades, o LP Radio Sessions de 1965 da banda The Who: “Esse disco do The Who é numerado. Ele traz uma numeração. Então só existem 1.000 (deles) no planeta. E eu sou um dos 1.000. Sou privilegiado’.
"Colecionar, preservar, reviver" é o tema do Caminhos da Reportagem que será reprisado neste domingo (10), às 20h, na TV Brasil.
Equipe técnica:
Reportagem: Gracielly Bittencourt
Edição: Cintia Vargas e Ana Passos
Produção: Cintia Vargas, Claiton Miranda, Flávia Peixoto, Gracielly Bittencourt
Edição de imagens: André Eustáquio, Jerson Portela, Rivaldo Martins
Imagens: André Pacheco, Gilvan Rocha, Rogério Verçoza, Jefferson Pastori
Apoio de imagens: Rogério Simas
Auxilio Técnico: Alexandre Souza, Dailton Matos, Thiago Pinto, Rafael Calado, Ivan Meira
Agencia Brasil