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Contágio sobe e máscara pode voltar a ser obrigatória


A transmissão da COVID-19 voltou a subir em Belo Horizonte, num movimento que pode levar à volta das máscaras com uso obrigatório em ambientes fechados na capital. Desde a suspensão do uso dos acessórios, a incidência de novos casos da doença por 100 mil habitantes registrou alta de 61%. Como os sintomas são parecidos com os da gripe e de outras doenças respiratórias ligadas às baixas temperaturas, eles podem mascarar a transmissão da COVID-19 e intensificar o contágio.
De acordo com o último boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde, a incidência de casos por 100 mil habitantes subiu dos 28 registrados em 27 de abril, primeiro dia da liberação do uso das máscaras em ambientes fechados, para 45,1 no último domingo. Somente em sete dias, considerando a comparação entre os dois últimos domingos, a alta foi de 18,4%.
A persistir o aumento de casos, o uso de máscara pode voltar a ser obrigatório em locais fechados, informou, ontem, a Secretaria Municipal de Saúde.“Caso seja necessário e com base em dados epidemiológicos e evidências  científicas, medidas serão prontamente adotadas, inclusive com revisão dos protocolos sanitários e retorno da obrigatoriedade das máscaras”, ressaltou a Secretaria Municipal de Saúde, em nota.  “A equipe da SMSA mantém o acompanhamento dos casos. É importante destacar que a Taxa de Incidência por 100 mil habitantes voltou a ser publicada no Boletim Epidemiológico. A SMSA não fez nenhuma alteração no fluxo de registro de casos”, completou a nota.
Ao Estado de Minas, o médico infectologista Unaí Tupinambás, integrante do extinto Comitê Voluntário de Enfrentamento à COVID-19 em Belo Horizonte, ressaltou que a medida de dispensar as máscaras, posterior à dissolução do grupo, foi precipitada. “Acho que seria uma postura correta voltar a exigência, não deveria nem ter sido suspenso em locais fechados”, aponta.
Unaí conta que ele e  os demais médicos infectologistas que fizeram parte do Comitê, que ainda mantêm contato por meio de um grupo nas redes sociais, vão recomendar a volta da proteção facial. “Para tornar opcional o uso de máscaras, primeiro deveria ter esperado passar o outono e inverno, período em que as doenças respiratórias aumentam”, pontua.
O aumento de casos de COVID-19 já é sentido por médicos e funcionários nas unidades de saúde da capital. Com esse cenário, o Conselho Municipal de Saúde (CMS) solicitou à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para retomar a divulgação diária da taxa de incidência. A alta demanda também é reflexo da tendência de aumento de outras doenças respiratórias no período de frio. “Casos de gripe podem mascarar o aumento da COVID-19, que ainda está em alta circulação. Se não tomarmos cuidado, logo veremos mais cenas de hospitais e centros de saúde lotados”, afirma o infectologista Alexandre Sampaio Moura, da Santa Casa de BH. A Secretaria Municipal de Saúde confirma, que nas últimas semanas, houve um aumento de pacientes procurando por atendimento nas unidades de saúde, principalmente por causa de sintomas respiratórios.
Ontem (18/5), a reportagem do Estado de Minas visitou unidades de pronto-atendimento (UPAs) e centros de saúde da capital. Apesar de não haver superlotação, muitos pacientes relataram demora nos atendimentos. A estudante Devisiane Cristina de Jesus, de 23 anos, esteve na UPA Leste, no Bairro Vera Cruz, Região Leste da capital, com o filho, de apenas 1 mês. “Cheguei às 8h. Já estou esperando há mais de uma hora, mas, pelo menos, desta vez tem lugar para sentar”, disse. Preocupada, ela relata que, há uma semana, a criança começou a apresentar sintomas de gripe. “Ele está tossindo bastante, com dificuldade até para dormir. Tem uma semana que não melhora”, conta.
O temor pelo contágio da COVID-19 volta a ganhar corpo nas ruas de Belo Horizonte. A aposentada Sebastiana Goudinho, de 73, demonstra preocupação com o aumento dos casos. Mesmo com a liberação do uso de máscaras em locais fechados desde o final de abril, ela segue utilizando o acessório. “Prefiro me prevenir. Ninguém na minha casa teve COVID-19, justamente porque, desde o início da pandemia, adotamos todos os cuidados necessários. Hoje, já voltei a sair normalmente, mas sempre de máscara”, conta.
“Agora é que temos que usar máscara mesmo. Com a chegada do frio, a gripe aumenta. Não dá para saber quem está gripado, quem está com COVID-19. É bom se prevenir”, avalia o trabalhador de serviços gerais Amilton de Assis Machado, de 50. Assim como Sebastiana, ele não abandonou o uso da máscara, mesmo com a liberação por parte da prefeitura. “Trabalho com atendimento ao público, por isso preferi manter o uso da máscara. Não dá para confiar. Tem muita gente irresponsável, que mesmo com diagnóstico positivo sai na rua colocando em risco outras pessoas”, afirma.
Embora a gripe seja a enfermidade mais comum registrada nesses períodos mais frios, doenças como bronquite e pneumonia também sofrem um aumento de incidência. As crianças são as mais sensíveis. “Nesta época do ano é muito comum o surgimento de doenças sazonais. A COVID-19 passa a ser mais um desses vírus que temos que tomar cuidado nesse período do ano”, comenta o infectologista. A solução, para ele, é manter o isolamento dos doentes. “Inclusive pessoas gripadas também deveriam ficar isoladas, no mínimo, por 24 horas”, avalia.
Na manhã de ontem (18/5), a técnica em nutrição Sidiane Simões, de 27, foi atrás de uma consulta para o filho, José, de 9 meses, no Hospital Infantil João Paulo II. “Ele está com crise de bronquite há quase duas semanas. O frio piorou ainda mais seu estado. Ele está com muita dificuldade para respirar, tossindo bastante. É perigoso, porque pode evoluir para um caso mais grave”, disse.  Cintia dos Santos, de 27, também enfrenta o mesmo problema com o filho, Silas, de 8 meses. “Já tem dois meses que estou nesse vem e volta do hospital com ele”, conta. Cintia também reclama da demora de atendimento na unidade..
Segundo a Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), responsável pelo hospital infantil, somente em abril houve um aumento de 99,9% no atendimento de doenças respiratórias na unidade, quando foram registrados 2.031 consultas, contra 1.016 realizadas em 2021.

UFMG suspende turmas da Medicina

A Faculdade de Medicina da UFMG anunciou ontem a suspensão das aulas presenciais por sete dias para as turmas do 2º, 4º e 7º períodos do curso. A decisão foi tomada em função do registro de 17 novos casos de COVID-19 entre os universitários. De acordo com a instituição, a medida segue o plano que prevê a ação caso ocorram três ou mais casos confirmados em uma mesma turma, no intervalo de uma semana. Ainda de acordo com a UFMG, os estudantes estão sendo acompanhados pelo MonitoraCovid UFMG e as aulas seguem no formato remoto. O uso de máscaras continua sendo obrigatório em todos os espaços da universidade.

Enquanto isso...
casos disparam nas Américas

Os casos de COVID-19 estão em alta nas Américas, onde as infecções cresceram 27,2% na semana passada, impulsionados pelas ocorrências nos Estados Unidos, alertou ontem a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). Dos 918 mil casos novos registrados na região na semana finalizada em 14 de maio, mais de 605 mil correspondem aos Estados Unidos. Segundo a Opas, os contágios subiram na América do Norte nas últimas sete semanas. As quatro sub-regiões do continente informaram esta semana aumentos de infecções, com a maior alta na América Central (+80%). Na América do Sul, o Brasil notificou mais de 120 mil casos novos ( 9%), enquanto a Argentina teve quase 34 mil ( 92%). Venezuela, Paraguai e Brasil indicaram também um aumento de mortes. No Caribe, onde os casos de COVID-19 subiram nas últimas cinco semanas , a altadas infecções foi de 9,3% e o de mortes, de 49%. Segundo a Opas, só 14 dos 51 países e territórios das Américas conseguiram cumprir a meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de vacinar 70% de sua população.

Estadão

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