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BH e Minas buscam reforço de controles, depois de morte por dengue


Manter as medidas de combate às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti e intensificar as orientações à população para eliminação dos riscos de acúmulo de água e lodo que possam funcionar como criatórios do mosquito são as estratégias das autoridades de saúde, após a confirmação da primeira morte provocada pela dengue em Minas Gerais neste ano. Outras ações já adotadas consistem na aplicação de inseticidas e liberações progressivas de mosquitos com micro-organismos capazes de reduzir a transmissão, como apurou ontem a reportagem do Estado de Minas.
A vítima da dengue é natural de Espinosa, no Norte do estado, e o caso só foi divulgado na terça-feira pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). A pasta informou que tem realizado o monitoramento e vigilância constantes, além de realizar repasses financeiros específicos aos municípios para o combate à transmissão pelo mosquito. Em Belo Horizonte, com 594 casos suspeitos, agentes da prefeitura (PBH) inspecionam possíveis criatórios de casa em casa. Ontem, a reportagem do EM flagrou limpeza de fonte da Praça da Liberdade para retirada de lodo. O material, assim como água acumulada, propicia a multiplicação do mosquito. 
Embora o óbito no estado tenha sido divulgado na terça-feira, a morte ocorreu antes do dia 15, data a que se referem os dados do monitoramento mais recente de dengue, chikungunya e zika em Minas. As três viroses são transmitidas pelo Aedes aegypti, que se prolifera em poças de água, inclusive naquelas bem pequenas, o que significa risco elevado logo depois das chuvas, que têm sido constantes no estado.   O balanço mais recente da dengue em BH foi divulgado no último dia 18, tendo indicado 56 casos confirmados. No entanto, outros 594 registros estavam pendentes de resultados. Além disso, até o boletim, haviam sido investigados e descartados 271 casos. A regional de BH com maior número de casos totalizados (confirmados e suspeitos) é o Barreiro, com 115 notificações. Na sequência, aparece Venda Nova, com total de 94 casos.
Com relação à chikungunya, em 2022, foram notificados sete casos entre moradores da capital. Outros dois registros se referem a contaminação fora da cidade. Há cinco casos em investigação para a doença. “Em todos os locais com suspeita de casos de chikungunya, a Secretaria Municipal de Saúde intensificou as ações de combate ao vetor, como uma estratégia para evitar a propagação da doença”, informou o boletim. Quanto à zika, em 2022, um caso foi notificado, investigado e descartado para a doença na capital.
Em 2021, a SES-MG antecipou recursos financeiros aos 853 municípios mineiros para se organizarem no enfrentamento das arboviroses nos diferentes eixos de atuação, de acordo com informações da pasta estadual. “A SES-MG está atenta à situação da dengue no estado, por meio de análises sistemáticas dos bancos oficiais de notificação e do acompanhamento de indicadores de transmissão nos municípios, com avaliação constante do cenário de risco junto ao Comitê de Enfrentamento das Arboviroses e Comitês Regionais de Enfrentamento às Arboviroses, de forma que também haja monitoramento e avaliação da execução dos Planos Municipais de Enfrentamento às Arboviroses”, destacou a secretaria, por meio de nota.
Os planos citados vêm sendo discutidos e executados desde o final do ano passado, para atender a todos os cenários de transmissão. “Também têm sido executadas ações de controle vetorial de forma rotineira e complementar aos municípios. A SES-MG também presta assistência sistemática de atenção primária à saúde, assistência especializada e hospitalar e assistência farmacêutica, com intervenção quando necessário”, acrescentou.
Drones 
A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, informou que durante todo o ano são mantidas as ações de vigilância e combate às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. “Os agentes de combate a endemias percorrem os imóveis reforçando as orientações sobre os riscos do acúmulo de água e que podem se tornar potenciais criatórios do mosquito, além de orientar como eliminar esses criatórios e, se necessário, fazer a aplicação de biolarvicidas”, disse.
É também mantida a aplicação de inseticida a Ultra Baixo Volume (UBV) para o combate a mosquitos adultos em áreas com casos suspeitos de transmissão local e em função de uma avaliação ambiental pelas equipes de controle de zoonoses. “O produto tem o objetivo de eliminar o mosquito em sua fase adulta, em que o vírus pode ser transmitido. A aplicação é realizada com equipamentos especiais e o trabalho ocorre, de preferência, pela manhã ou no final da tarde”, detalhou.
Em 2020, foi assinado um termo de cooperação para o uso de drones, os chamados veículos aéreos não tripulados, para a aplicação de larvicida diretamente nos locais de risco, quando esses são de difícil acesso para a equipe de zoonoses.
Há também a continuidade das liberações progressivas dos mosquitos com Wolbachia em todas as regiões do município. O método é complementar às demais ações de controle e prevenção da dengue, zika e chikungunya executadas durante todo o ano em BH. “A Wolbachia é um micro-organismo intracelular e não pode ser transmitida para humanos ou animais. Mosquitos que carregam o micro-organismo têm a capacidade reduzida na transmissão das arboviroses, diminuindo assim, o risco de surtos de dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Cabe ressaltar que esse método não envolve qualquer modificação genética do vetor Aedes aegypti”, explicou a PBH. 
SOB MONITORAMENTO 

594

É o número de casos suspeitos deocorrência de dengue em BH

106

Maior número de registros suspeitos foi observado no Barreiro  

Mortes por COVID-19 têm pico em 7 meses


Nova elevação do número de mortes provocadas pela COVID-19 foi registrada ontem em Minas Gerais, com 168 óbitos notificados. Foi o maior registro de vidas perdidas para a doença em sete meses, desde 29 de julho de 2021, quando o estado notificou 166 pessoas vitimadas pela doença. À época, cerca de 3,8 milhões de mineiros estavam vacinados com duas doses ou dose única, enquanto agora a cobertura vacinal alcança 16 milhões de pessoas.
Os dados de internação e contaminação também seguem em alta. Foram 36.596 casos confirmados em 24 horas, número 200% superior aos 11.888 novos diagnósticos registrados na terça-feira. A quantidade de infectados é a segunda maior notificada neste ano, atrás apenas dos 40.753 contaminados em 28 de janeiro. Em Minas, já são 59.307 mortes desde o início da pandemia, e 3.157.454 confirmações da doença. Na média do estado, a ocupação de leitos de enfermarias alcança 86% e a de unidades de terapia intensiva (UTIs) estavam ontem em 62%.   Belo Horizonte registrou mais 17 mortes em decorrência da COVID-19 no período de 24 horas. A capital mineira contabiliza 7.383 óbitos desde o início da pandemia. Segundo o boletim epidemiológico divulgado pela prefeitura (PBH), mais 1.983 pessoas contraíram a doença num único dia, apesar de a transmissão do coronavírus continuar perdendo força na cidade. O RT , indicador da velocidade do contágio, caiu de 0,78 para 0,77, ou seja, cada 100 pessoas transmitem o coronavírus para outras 77.
A taxa de ocupação dos leitos de UTIs destinados ao tratamento de pacientes com COVID-19 voltou a diminuir, mas permanece no nível de alerta amarelo da classificação de risco do indicador. O índice recuou de 66,2% para 59,9%. A situação é um pouco melhor nas enfermarias, que mantêm o nível verde, uma vez que o percentual de uso dos equipamentos declinou de 48,4% para 43,3%. O número de casos confirmados da doença na capital mineira chega a 338.053 e havia, ontem,  3.826 pacientes em acompanhamento médico. Nos próximos dias, a PBH seguirá com a vacinação contra a COVID-19. Os centros de saúde, pontos extras e de imunização infantil funcionarão normalmente de segunda-feira à quarta-feira de cinzas.  

Bebê recebe dose contra o coronavírus


Um bebê de quatro meses é monitorado pela Secretaria de Saúde de Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, pelo fato de ele ter recebido, por engano, uma dose da vacina contra a COVID-19 em posto do município. O caso ocorreu na tarde de segunda-feira. Por meio de nota, a pasta informou que a criança foi levada pelos responsáveis à Unidade Básica de Saúde (UBS) Vila Ideal para receber a vacina pentavalente. “O erro foi reconhecido pela técnica de enfermagem da própria unidade, que acionou os pais da criança”, diz o comunicado.
A secretaria afirmou que, de imediato, todos os protocolos recomendados foram adotados e a equipe orientada a comunicar seus superiores sobre a identificação de um erro de imunização. “A criança será acompanhada e monitorada pelos próximos 30 dias, a fim de identificar precocemente qualquer evento adverso que venha a surgir”, informou a Saúde municipal, que afastou do trabalho a técnica que fez a aplicação. Foi aberto procedimento para esclarecer o caso.
Poliomielite 
A pandemia da COVID-19 impactou, com redução, a cobertura vacinal relacionada a outras doenças previstas no cronograma tradicional de imunização em Minas Gerais. Até terça-feira, o estado registrou imunização  contra a poliomielite de 73,7% dos menores de um ano, 66,38% em relação a crianças de 15 meses de idade, e de 59,67% para o público com 4 anos. A meta recomendada pelo Ministério da Saúde é de 95%. 

Estadão

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