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Professora usa fotografia para impulsionar desenvolvimento e interação de crianças no ensino remoto

Por Jr Blitz 16/04/2021 às 10:22:46
Jocilene Barbosa dá aulas do ensino infantil e criou um projeto que desenvolve oralidade e coordenação motora por meio de fotografias. Projeto foi premiado por fundação que reconheceu práticas de profissionais da educação infantil em todo país. Jocilene e alunos do ensino infantil, antes da pandemia, em escola municipal de Queimadas, no Agreste da Paraíba

Jocilene Barbosa/Arquivo

Para estimular o aprendizado e desenvolver a oralidade e coordenação motora dos alunos do ensino infantil de uma escola municipal de Queimadas, Agreste da Paraíba, a pedagoga Jocilene Barbosa criou um projeto utilizando fotografias. Além de aprender sobre cores e formas, as crianças também passaram a socializar mais durante o período remoto.

A ideia de Jocilene de utilizar a fotografia como ferramenta de aprendizado surgiu durante a pandemia da Covid-19. Os alunos aprenderam sobre a história da fotografia, as câmeras fotográficas e reuniram imagens da família para contar, durante a aula, a história de cada foto.

Professora da PB fez 'jogo das diferenças' para incentivar participação e aprendizado dos alunos

Jocilene Barbosa/Arquivo

Além disso, os alunos construíram as próprias câmeras fotográficas e também fizeram um jogo usando adereços e compartilhando fotos para os colegas tentarem descobrir as diferenças entre elas, como um jogo de sete erros. A atividade seguiu os campos de desenvolvimento da Base Nacional Comum Curricular.

Na turma de 26 alunos, 22 crianças estavam no grupo em rede social e todas participaram. Os quatro que não têm o acesso, receberam orientações impressas da escola e realizaram atividades escritas referentes ao assunto, como construção de máquinas e pinturas.

“A interação passou a ser maior no grupo, bem como o desenvolvimento da oralidade deles. Perderam mais a vergonha de falar e passaram a partilhar as suas fotos e contar o que cada uma representava. Outra diferença foi a evolução na coordenação motora, pois à medida que usavam os materiais reciclados, estavam evoluindo no que se refere a coordenação motora”.

Crianças construíram máquinas de fotografia para estimular coordenação motora, segundo professora da PB

Jocilene Barbosa/Arquivo

Projeto premiado

O projeto proporcionou também um prêmio a Jocilene, de R$ 1 mil, entregue pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal. A fundação premiou 100 práticas de profissionais da educação infantil em todo país.

Jocilene ainda foi um dos cinco destaques escolhidos pela fundação, sendo o projeto representante do Nordeste. A professora conta que a premiação foi uma injeção de ânimo para a comunidade escolar em um momento tão difícil:

"O prêmio mostrou que é possível em meio ao caos encontrar possibilidades. É possível motivar e estimular os alunos e familiares através de um ensino online, mas não é fácil. Eu posso afirmar que fiz a escolha certa na minha vida. Amo ser historiadora, ela me possibilita um olhar crítico na sociedade. Mas a pedagogia me encanta pela ludicidade, pela possibilidade de mediar para as crianças nos primeiros anos de suas vidas, conhecimentos que levarão por toda uma vida".

Professora utilizou fotografias para incentivar aprendizado dos alunos, na Paraíba

Jocilene Barbosa/Arquivo

Educação como forma de mudar vidas

Jocilene tem 37 anos e é formada em história e pedagogia pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Enquanto professora de história, surgiu a oportunidade para Jocilene ser coordenadora de uma escola. Nessa função, ela viu o quanto a educação infantil e o fundamental são etapas desafiadoras.

“Fiz novamente o vestibular e fui cursar pedagogia. Um curso que me encantou, pois através do nosso trabalho com as crianças podemos incentivar os sonhos e as possibilidades de mudança de vida. Posso dizer que me tornei professora por ser a única profissão que possibilita levar até os alunos a certeza que a educação pode mudar vidas”, conta.

Jocilene Barbosa, em sala de aula antes da pandemia, foi premiada por projeto durante ensino remoto

Jocilene Barbosa/Arquivo

De origem humilde, a educação proporcionou a Jocilene a realizar seu sonho: ter um salário e com ele poder comprar os alimentos necessários para uma boa alimentação.

Jocilene conta que nunca passou fome, mas nem sempre tinha "mistura" (termo popular para a proteína animal da refeição) ou um suco. Criada sozinha pela mãe na periferia de Campina Grande, a educação foi a esperança dela:

"Minha mãe fez até a 4ª série, separada e com muita dificuldade criou 4 filhos. Ela sempre dizia que as dificuldades que passava era porque não teve oportunidade de estudar. Eu realmente não tinha o dom de cuidar de porquinhos, porque ela criou porcos para ajudar na renda da casa. Eu a via como uma mulher forte. Mas queria dar uma vida melhor para ela, então vi no estudo a possibilidade de ter uma vida diferente".

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Fonte: G1 - Paraíba

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