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Por que EUA e Europa divergem sobre ação na Ucrânia (e como Putin se aproveita disso)?

Por Jr Blitz 26/01/2022 às 11:49:53
Biden enfrenta a resistência da Alemanha a incluir gasoduto no pacote de sanções à Rússia. Comboio de veículos blindados russos em rodovia na Crimeia, região da Ucrânia que foi invadida e anexada pela Rússia em 2014, em foto de 18 de janeiro de 2022. Rússia concentra mais de 100 mil soldados, com tanques e outras armas pesadas, perto da fronteira com o país vizinho, no que países ocidentais temem que possa ser um prelúdio de uma nova invasão.

AP

Nas últimas semanas, o corre-corre diplomático evidencia os esforços de Estados Unidos e Europa para tentar conter a ofensiva russa na Ucrânia e expõe também as fissuras dentro da Otan sobre a melhor forma de lidar com Vladimir Putin. E o presidente russo parece tirar proveito da desunião na aliança atlântica, explorando primeiro as divisões entre europeus e, depois, as do bloco com seus aliados dos EUA.

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Do lado americano, Joe Biden, ajudado pelo premiê britânico, Boris Johnson, abusa da retórica belicista e arquiteta punições severas à Rússia e a seu presidente. Do lado europeu, a resistência da Alemanha em agir de forma contundente contra o país, em caso de uma possível agressão russa, irrita e gera desconfiança entre os aliados.

A aparente tolerância germânica reside, em primeira análise, na sua dependência da Rússia para a energia. A Alemanha é o maior comprador mundial do gás russo: recebe do país mais da metade de suas importações, em comparação à média de 40% dos demais países da União Europeia. Isso explica, por exemplo, a oposição de Berlin ao envio de armas da Estônia para a Ucrânia.

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Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e dos Estados Unidos, Joe Biden, se cumprimenam ao chegar para reunião na 'Villa la Grange', em Genebra, na Suíça. em 16 de junho de 2021

Patrick Semansky/AP

Outro fator crucial nas divergências dentro e fora da Europa é o gasoduto Nord Stream 2, que liga a Rússia à Alemanha em 1,2 mil km (diretamente pelo mar Bático, sem passar pela Ucrânia). Embora tenha sido concluído em setembro pela empresa estatal Gazprom, com um investimento de US$ 11 bilhões, o projeto ainda não começou a funcionar, à espera de certificação.

Os EUA pretendem incluir o gasoduto no pacote de sanções, como ferramenta geopolítica contra a Rússia, mas esbarram na oposição da Alemanha. “Não devemos afastar o Nord Stream 2 para este conflito”, afirmou recentemente a ministra de Defesa alemã, Christine Lambrecht. O gasoduto beneficiará 26 milhões de lares alemães.

Sob pressão de Biden, o chanceler Olaf Scholz admite adotar uma linha mais dura em relação a Moscou, ao afirmar que o Nord Stream 2 pode entrar na lista de sanções. Putin aposta na lacuna entre o discurso e a ação da Alemanha. E o presidente americano sabe que não pode enfrentar a Rússia sem quebrar, primeiro, a resistência germânica.

O presidente da França, Emmanuel Macron (à esq.), e o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, se reúnem no Palácio do Eliseu, em Paris, em 10 de dezembro de 2021

Sarah Meyssonnier/Pool via Reuters

Fonte: G1

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