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'O Brasil tem sorte de ter um homem como Jair Bolsonaro trabalhando para eles', diz mensagem publicada pelo ex-presidente dos EUA. Documento de 1.289 páginas, elaborado ao longo de seis meses, foi aprovado nesta terça-feira 926) e será enviado a órgãos de investigação, pedindo o indiciamento de 78 pessoas e duas empresas. O então presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente brasileiro Jair Bolsonaro são vistos durante um jantar no Mar a Lago, em Palm Beach, Flórida, Estados Unidos, em 07 de março de 2020 Alan Santos/Presidência via AFPO ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, expressou apoio ao presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, nesta terça-feira (26), dia em que a CPI da Covid aprovou, por 7 votos a 4, o relatório final elaborado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL) sobre a maior tragédia sanitária da história do Brasil. O relatório aprovado pelos senadores tem 1.289 mil páginas e responsabiliza o presidente Jair Bolsonaro por considerar que ele cometeu pelo menos nove crimes (leia mais abaixo). "O presidente Jair Bolsonaro e eu nos tornamos grandes amigos nos últimos anos. Ele luta muito e ama o povo do Brasil - assim como eu faço pelo povo dos Estados Unidos. O Brasil tem sorte de ter um homem como Jair Bolsonaro trabalhando para eles. Ele é um grande presidente e nunca decepcionará o povo de seu grande país!", disse Trump.Bolsonaro e Trump se encontraram pessoalmente ao menos quatro vezes: em duas visitas do presidente brasileiro aos EUA em 2019, em março e setembro, durante a Assembleia Geral da ONU, e uma vez no Japão, no mesmo ano, e em março de 2020, quando Bolsonaro esteve na Flórida.CPI da Covid aprova relatório final, atribui nove crimes a Bolsonaro e pede 80 indiciamentosBolsonaro é acusado de 9 crimes; veja quais são e as penas previstasFilhos de Bolsonaro, Pazuello, Hang, Osmar Terra, Queiroga, donos da Prevent... Veja todos os alvos da CPI'Mentiroso', 'caviloso', 'desonesto', diz relator sobre Bolsonaro em último discurso na CPIDurante os encontros, sempre demonstraram afinidades e trocaram elogios. Bolsonaro e seu filho Eduardo, que também conheceu pessoalmente o ex-presidente, nunca esconderam a torcida para que Trump se reelegesse, o que não aconteceu.CPICom a aprovação do relatório final, a comissão de inquérito criada para investigar ações e omissões do governo durante a pandemia encerra os seis meses de trabalhos pedindo o indiciamento de 78 pessoas e duas empresas. Confira especial sobre as conclusões e os próximos passos da CPIVeja todos os indiciadosAlém do presidente, há, também, pedidos de indiciamento de ministros, ex-ministros, três filhos do presidente, deputados federais, médicos, empresários e um governador – o do Amazonas, Wilson Lima. Duas empresas que firmaram contrato com o Ministério da Saúde – a Precisa Medicamentos e a VTCLog – também foram responsabilizadas. Senadores fazem minuto de silêncio antes do fim da CPI da CovidA aprovação do relatório se deu após mais de sete horas de discussão, com dois intervalos, em meio a contestações da tropa governista minoritária na CPI. Senadores aliados ao Palácio do Planalto refutaram a tese de que Bolsonaro foi responsável pelo agravamento da pandemia no Brasil e apresentaram votos em separado nos quais pediram a investigação sobre a atuação de governadores e prefeitos. As propostas, porém, não foram sequer votadas, já que o parecer de Renan Calheiros foi aprovado antes. Em um primeiro desdobramento da CPI, senadores planejam entregar o relatório ao procurador-geral da República, Augusto Aras, já nesta quarta-feira (27). Também está prevista nos próximos dias a entrega do documento ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e aos ministérios públicos do Rio e de São Paulo. O parecer será encaminhado ainda ao Tribunal Penal Internacional. Entenda os próximos passos jurídicos e o impacto político da CPI para o governo BolsonaroCrimes atribuídos a Bolsonaro No caso de Bolsonaro, Renan Calheiros pede indiciamento pelos seguintes crimes: epidemia com resultado morteinfração de medida sanitária preventivacharlatanismoincitação ao crimefalsificação de documento particularemprego irregular de verbas públicasprevaricaçãocrimes contra a humanidadecrimes de responsabilidade (violação de direito social e incompatibilidade com dignidade, honra e decoro do cargo) “O presidente da República repetidamente incentivou a população a não seguir a política de distanciamento social, opôs-se de maneira reiterada ao uso de máscaras, convocou, promoveu e participou de aglomerações e procurou desqualificar as vacinas contra a covid-19. Essa estratégia, na verdade atrelada à ideia de que o contágio natural induziria a imunidade coletiva, visava exclusivamente à retomada das atividades econômicas”, escreveu Renan Calheiros no documento. Relatório da CPI da Covid pede indiciamento de Bolsonaro por 9 crimes no combate à pandemiaSegundo o relator, as ações de Bolsonaro durante a pandemia podem ser enquadradas em crime de responsabilidade — infração imposta ao presidente da República em caso de atos que atentam a Constituição, e que podem resultar em impeachment. Isso porque, escreveu o relator, a atuação de Bolsonaro “mostrou-se descomprometida com o efetivo combate da pandemia da Covid-19 e, consequentemente, com a preservação da vida e integridade física de milhares de brasileiros”. Entre os atos de Bolsonaro que, para Renan, “incontestavelmente atentaram contra a saúde pública e a probidade administrativa”, estão a "minimização constante da gravidade da Covid-19" e a criação de mecanismos ineficazes de controle e tratamento do coronavírus. O relator afirmou ainda que Bolsonaro “foi o principal responsável pela propagação da ideia de tratamento precoce”. “Em tempos normais, seria apenas um exemplo de desprezível charlatanismo pseudocientífico. Contudo, em meio a uma pandemia global, colaborou para gerar uma monstruosa tragédia, na qual alguns milhares de brasileiros foram sacrificados”, escreveu o relator.